Aprovação da PEC 55 golpeia
trabalhadores e ganhos sociais
Sindicalistas, servidores públicos,
estudantes e integrantes de movimentos populares voltaram às ruas desde as
primeiras horas da manhã de ontem (13), em vários Estados, para protestar
contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC 55) – conhecida como PEC da
Maldade.
Porém, por 53 votos a favor e 16
contrários, a matéria acabou aprovada em definitivo no Senado, depois que o
presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), antecipou para as 10 horas a
sessão, anteriormente agendada para o período da tarde, a fim de fugir das
manifestações – a maioria marcada para o final da tarde.
Encaminhada pelo governo neoliberal de
Michel Temer, a PEC congela gastos públicos por 20 anos em áreas prioritárias
como Saúde e Educação – reduz investimentos e inviabiliza serviços oferecidos à
população pelo Estado.
Além disso, eventuais descumprimentos
no limite de gastos, que sejam cometidos por um dos Poderes ou órgão público,
impedirão o mesmo de conceder aumentos para funcionários ou realizar concursos
públicos. As Centrais Sindicais denunciam que a medida – se efetivada – vai
piorar ainda mais os serviços públicos, além de precarizar o trabalho do
funcionalismo.
O presidente da União Geral dos
Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, denunciou que o governo passou o trator na
Câmara e no Senado, para aprovar o arrocho nos investimentos sociais. “Mas vai
ser diferente nas reformas da Previdência e trabalhista. Não vai haver
tratoraço, pois esses ataques a direitos fundamentais só aumentam a indignação
do povo, que ficará mais forte nos embates que virão”, afirma o dirigente em
entrevista à Agência
Sindical.
Na avaliação de Edson Carneiro Índio,
secretário-geral da Intersindical, a aprovação já era esperada e demonstra o
conluio que há entre o governo e o Congresso, ambos em profundo isolamento na
sociedade devido às denúncias recorrentes de corrupção.
Resistência - “A
PEC 55 não vai se sustentar ante as reais necessidades da população. Ela
depende da aprovação de outras medidas, como a reforma da Previdência. E é esse
nosso foco agora: derrotar a reforma da Previdência e defender a própria
Constituição, que esse governo impopular tem se empenhado em destruir”,
ressalta Índio.
Nivaldo Santana, vice-presidente da
Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), considerou a
aprovação da Emenda “um golpe para as condições de vida dos trabalhadores”. “O
repúdio ao governo Temer será mais forte na reforma da Previdência, que atinge
diretamente os trabalhadores. Nós precisamos aproveitar essa proximidade do
tema com a população, para barrar outro desmando desse governo ilegítimo”, diz.
Condenação - O
consultor sindical João Guilherme Vargas Neto falou quinta (8) ao programa Repórter Sindical
na Web a respeito da PEC. Ele avalia: “O que é essa PEC da limitação
dos gastos? Essa PEC aprovada decreta que o Brasil não pode crescer durante os
próximos 20 anos. Por quê? As famílias não consomem, os trabalhadores diminuem
seus salários, o desemprego é muito forte e permanente e o Estado não pode
investir; não pode gastar para privilegiar o rentista. Então, o Brasil vai
ficar travado 20 anos. É uma geração submetida a um programa recessivo muito
duro”.
Fonte: Agência Sindical
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