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Perfís Sociais

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segunda-feira, 29 de março de 2010

EXIGÊNCIAS

Policiais militares fazem greve branca a partir desta terça-feira
A operação Polícia Legal será posta em prática a partir desta terça-feira pelos policiais militares. Taxada de "greve branca", ela veta a atuação de PM´s nas ruas sem proteção individual (uso de colete a prova de balas), além de impedir que policiais sem curso específico para condução de veículos de emergência dirijam viaturas. Com isso, cerca de 50% a 60% do efetivo da Polícia Militar deve ficar restrito ao trabalho interno, dentro dos quartéis. A discussão sobre o reajuste salarial voltou à estaca zero após a reunião da noite desta segunda-feira.
Mais cedo, cerca de 600 policiais militares realizaram passeata pelo centro do Recife em protesto às atuais condições de trabalho na corporação. Os manifestantes se reuniram em assembleia no Quartel do Derby. De lá, saíram pela Avenida Conde da Boa Vista em direção à Assembleia Legislativa e ao Palácio do Governo.
O trânsito na Conde da Boa Vista ficou congestionado. Por volta das 19h30, o protesto continuava em frente ao Palácio. Enquanto isso, o secretário de administração do governo, Paulo Câmara, encontrava-se reunido com os representantes da polícia mlitar. O governador Eduardo Campos está em Brasília. A decisão de implantar a operação Policia Legal saiu ao final da reunião, pouco depois das 20h. O 11º Batalhão e o Batalhão de Choque já teriam aderido a campanha.

Em dado momento da passeata desta tarde, os manifestantes exigiram a saída do comandante da Secretaria de Defesa Social (SDS), Servilho Paiva. O comandante geral da Polícia Militar, coronel José Lopes, no entanto, chegou a pedir aos protestantes um voto de confiança ao governo de Eduardo Campos.
O percentual de aumento discutido na assembleia é de 10%. Os militares buscam uma equiparação em relação aos salários dos delegados da Polícia Civil, no valor de R$ 2.440. Atualmente, os policiais militares recebem R$ 1.310.

CINEMA

Hollywood liquida Jack Bauer em 24 Horas


O agente Jack Bauer, que sobreviveu a terroristas e criminosos de toda espécie, sucumbiu, após dez anos da série de TV "24 Horas", que será retirada do ar no final desta temporada, revelou a rede Fox nesta sexta-feira.
"É muito amargo. ‘24‘ foi uma das grandes experiências de aprendizado da minha carreira", disse o ator canadense Kiefer Sutherland, 43 anos, à revista Variety.
Segundo Sutherland, protagonista da série, "após trabalhar com este elenco, equipe e roteiristas (...) serei amigo de todos pelo resto da vida".
Sutherland conquistou em 2006 os prêmios Emmy de Melhor Produtor e Melhor Ator com a série, que o tornou um dos atores mais bem pagos da TV.
"Jack Bauer" também arrebatou um Globo de Ouro em 2002.
A série foi inovadora ao apresentar a ação em "tempo real", com cada capítulo de uma hora representando o mesmo tempo na trama, e a temporada (composta por 24 capítulos) formando um dia completo.

BRASIL

Lula anuncia em megaevento meta de 2 milhões de casas para baixa renda até 2014

Reportagem de:
Azelma Rodrigues

Do Valor Online
Em Brasília
 
Em megaevento com a presença de todos os ministros, governadores e prefeitos de capitais lotando o palco principal, e mais de 500 pessoas na plateia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva dobrou a meta do programa Minha Casa Minha Vida para 2 milhões de moradias até 2014. São previstos investimentos de R$ 71,7 bilhões no programa nos próximos quatro anos.

Falando em nome de seus pares, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, definiu a solenidade política realizada em grande centro de convenções de Brasília como " um momento de festa " . Segundo ele, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) " é um programa que não olha a cor partidária. " Ele disse ainda que " doa a quem doer, a vida nas cidades e no campo melhorou " com o PAC, dirigindo elogio especial à ministra e pré-candidata do PT à sucessão de Lula, Dilma Rousseff.
Apenas na área de habitação, somando-se aos recursos subsidiados do Minha Casa, o governo lista investimentos totais de R$ 278,2 bilhões entre 2011 e 2014, onde R$ 176 bilhões serão financiamentos com recursos da caderneta de poupança (SBPE). Outros R$ 30,5 bilhões serão destinados a " urbanização de assentamentos precários " , como substituição de moradias em áreas de palafitas e favelas.
Nos R$ 71,7 bilhões previstos do Minha Casa, os subsídios do Tesouro Nacional deverão somar R$ 62,2 bilhões, ficando a parcela de financiamento em R$ 9,5 bilhões. O programa subsidia moradias para famílias de renda entre zero e 10 salários mínimos, com parcelas de financiamento progressivas para a faixa de 6 a 10 salários mínimos. Da previsão inicial de 1 milhão de imóveis para a população de baixa renda já foram assinados cerca de 380 mil contratos, até o último dia 19. Segundo o Ministério das Cidades, coordenador da execução do programa, aproximadamente mais 800 mil contratos estão sob análise da Caixa Econômica Federal.
Destinado a se tornar uma das bandeiras da campanha presidencial governista às eleições de outubro próximo, o programa Minha Casa Minha Vida terá 60% de suas ações destinadas a cobrir déficit habitacional de famílias com renda até R$ 1.395,00, com um diferencial ecologicamente correto: terão aquecimento solar " ajudando a preservar o meio ambiente " , segundo o relatório do PAC-2.

SEMANA SANTA

Gravatá: axé, sertanejo, forró e pagode na Semana Santa


Se você não tem para onde ir e passar a semana santa, dispõe de uma grana extra e quer se divertir, então vai a dica para você mesmo, saiba que a Semana Santa, em Gravatá, no Villa da Serra, será tomada pelo sertanejo, forró e pagode.
Na sexta-feira (2) é a vez da baiana Ivete Sangalo e Exaltasamba, além de Bichinha Arrumada e Arreio de Ouro. Já no sábado (3), a casa de eventos recebe a dupla Zezé de Camargo & Luciano, que dividem a noite com Asa de Águia, Aviões do Forró, Amigos Sertanejos e Forró da Nação.
A Sexta-feira da Paixão será embalada por Ivete Sangalo. A baiana apresentará além da música de trabalho “Sintonia e Desejo” um repertório recheado com sucessos como “Festa”, “Cadê Dalila”, ‘Berimbau Metalizado”, “Poeira”, “A Galera” e “Na Base do Beijo” esta que tocou muito no carnaval e continua nas paradas.

Ainda na sexta-feira, grupo Exaltasamba vai apresentar ao público o disco “Ao Vivo na Ilha da Magia”. Quem fecha o primeiro dia de apresentações são as bandas Bichinha Arrumada e Arreio de Ouro.
Já no sábado (3), é a vez da dupla Zezé Di Camargo e Luciano. Com quase 19 anos de carreira, eles prometem um repertório cheio de sucessos. O axé volta a animar o público com a banda Asa de Águia. No repertório, não vão faltar músicas como “Não Tem Lua”, “Manivela” e o mais novo hit,“Vale Night”.

Os responsáveis pelo forró serão as bandas Aviões do Forró e Forró da Nação. Na onda do sertanejo universitário, a banda pernambucana, Amigos Sertanejos, também se apresenta na noite do sábado.

Serviço

Semana Santa do Villa da Serra
Quando: sexta (2) e sábado (3)
Onde: Villa da Serra (BR 232 – km 86,5)
Entrada: pista – R$ 30 (meia), R$ 60 (inteira) camarote – R$ 80 /casadinha - R$ 50 (meia), R$ 100 (inteira), R$ 140 (camarote) à venda nas lojas Renner e no Chevrolet Hall
Informações: (81) 3427.7520

TERREMOTO


Terremoto de magnitude 5,9 atinge centro-sul do Chile
Da Agência EFE
SANTIAGO DO CHILE - Um terremoto de 5,9 graus na escala Richter atingiu hoje a região centro-sul do Chile, onde, até o momento, não há registros de feridos ou danos materiais.
d'acordo com o Instituto de Sismologia da Universidade do Chile, o avalo sísmico foi registrado às 4h35 (mesma hora de Brasília) e teve seu epicentro localizado ao sul da cidade litorânea de Pichilemu, a 35,9 quilômetros de profundidade.
O tremor causou "certa preocupação" aos moradores de Santiago, que foram acordados pelo forte barulho que antecedeu o fenômeno.
Ontem, outros dois fortes tremores foram sentidos na região de Maule, a mais afetada pelo terremoto de 27 de fevereiro.
Pelo menos 30 abalos de 3,1 e 5,9 graus de magnitude atingiram a área do terremoto des de 24 de março, segundo o site do Instituto de Sismologia da Universidade do Chile.
Já na sexta-feira passada, um tremor de 5,9 graus na escala Richter sacudiu a região d'Atacama, no norte do país.

sábado, 27 de março de 2010

VEREDITO

Pai de Isabella é condenado a 31 anos de prisão por matar a própria filha; madrasta pega 26
Após cinco dias de julghamento, Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá foram condenados pela morte de Isabella e pela acusação de fraude processual pelo Tribunal do Júri, no Fórum de Santana.
O Tribunal do Júri do Fórum de Santana, na zona norte de São Paulo, condenou no início da madrugada deste sábado (27) Alexandre Nardoni, 31, e Anna Carolina Jatobá, 26, pelo assassinato de Isabella Nardoni, morta aos 5 anos de idade, ao ser atirada pela janela do 6º andar do apartamento onde vivia o pai e a madrasta. No total, Nardoni foi condenado a 31 anos, 1 mês e dez dias de prisão e Jatobá a 26 anos e oito meses, ambos em regime fechado. A defesa anunciou que vai recorrer da decisão.

Os jurados – quatro mulheres e três homens – entenderam que os réus cometeram homicídio triplamente qualificado, por usarem meio cruel (asfixia), dificultarem a defesa da vítima, que foi arremessada pela janela inconsciente, e terem cometido um crime para encobrir outro, o que haviam feito no apartamento. A pena de Alexandre foi aumentada em um sexto porque ele cometeu o crime contra a própria filha e por ter se omitido na condição de pai. Também pesou um agravante contra ambos: a menina ter menos de 14 anos de idade.
Soma-se a essa pena a condenação por mais um crime, oito meses e 24 dias-multa por fraude processual, pelo fato de o casal ter alterado o local do crime com o intuito de enganar as autoridades. O placar da condenação, sob o Código Penal, é sigiloso e não foi divulgado.

Reação do casal e fogos na sala do júri
Ambos estavam algemados durante a leitura da sentença. Nardoni recebeu a pena de forma impassível e Jatobá, chorou. Já a família materna de Isabella ficou de mãos dadas. No momento em que o juiz pronunciou a palavra "culpados", os gritos de uma multidão que escutava a transmissão do áudio da sentença chocou os presentes na sala do júri.
O veredicto foi comemorado com coro de pedidos por justiça pela multidão. Alguns manifestantes chegaram a soltar fogos de artifício, também ouvidos da sala.

Mais tarde, o advogado de defesa do casal Nardoni, Roberto Podval, tentou plantar a dúvida nos jurados, usando o misterioso desaparecimento da britânica Madeleine McCann em 2007 para isentar os dois da culpa pela morte da menina Isabella.
Podval afirmou que, assim como os pais de Madeleine McCann, que foram acusados pelo sumiço da menina em Portugal, pai e madrasta de Isabella não podem ser condenados por um crime do qual se dizem inocentes.
Durante o tempo destinado à réplica da Promotoria, Cembranelli chamou Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá de mentirosos novamente e rebateu os pontos levantados pela defesa do casal, acusado de matar a menina Isabella Nardoni.

Logo depois do término da leitura da sentença, o casal retornou, em camburões diferentes, para o presídio de Tremembé, no interior paulista, onde já estavam havia quase dois anos. Eles chegaram ao local por volta das 3h da manhã deste sábado. Esse período será contado como cumprido da sentença definida pelo juiz. Os veículos foram perseguidos pelos populares, aos gritos de "assassinos".
Muito aplaudido após uma sentença, o promotor Francisco Cembranelli foi recebido como herói em frente ao fórum. Ele agradeceu ao público com um sinal positivo, mas evitou cantar vitória, e elogiou o advogado do casal, Roberto Podval, a quem chamou de profissional competente. Antes, Podval havia anunciado que não concederia entrevista. “O brilho da noite é do Dr. Cembranelli, e a defesa já recorreu”, informou o defensor por meio da assessoria de imprensa do tribunal.

Mais sobre o júri do ano

O julgamento teve início na segunda-feira (22) e durou cinco dias. O casal se encontrou pela primeira vez desde maio de 2008. No dia mais tenso, o casal alegou inocência e chorou diante dos jurados. A derradeira sessão começou com os argumentos do promotor Francisco Cembranelli. Ele afirmou que o casal Nardoni estava no apartamento quando a menina Isabella foi atirada. Segundo ele, a perícia demonstra que "os Nardonis são mentirosos" e não conseguem contestar provas técnicas.

Também de acordo com o promotor, os depoimentos das testemunhas indicam que a madrasta tinha "rompantes e descontroles". Cembranelli ainda ironizou a versão da defesa de que uma terceira pessoa teria cometido o crime.
O promotor disse que os réus são "mentirosos" e utilizou seus últimos minutos de palavra para atacar a atitude no casal no dia do crime. Ele usou uma linha do tempo para provar que os Nardoni estavam no apartamento no momento exato da queda de Isabella. E listou, em cerca de meia hora, todas as contradições encontradas por ele desde a "noite trágica".
O advogado Roberto Podval defendeu a absolvição do casal Nardoni em sua tréplica. Podval voltou a dizer que faltam provas que incriminem Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá e destacou informações que acredita serem fundamentais para questionar a tese da acusação.
"Me causou estranheza. Com todo esse sangue encontrado no apartamento, Alexandre foi mostrado carregando Isabella, ela tinha sangue na mão. A pergunta que fiz para a perita [Rosângela Monteiro] foi: 'Encontraram algum sangue na roupa dele ou dela?'. E a resposta foi 'Não'. Não pingou nada. A roupa dele não tinha que ter alguma coisa, um pingo, uma gota de sangue? Ele não merece a dúvida da inocência?"
Podval citou também a falta de exame nas unhas do casal, o que, segundo ele, mostra que não há como dizer quem foi responsável pela esganadura de Isabella.

sexta-feira, 26 de março de 2010

NOVIDADE

O BLOG BUÍQUE DA GENTE!


Buíque - No intuito de proporcionar além de notícias atualizadas, informação e cultura o blog BUÍQUE DA GENTE torna-se cada dia mais dinâmico e diversificado.
Agora disponibiliza para seus visitantes e seguidores, 02 (dois) Players de Audio, com 02 (duas) super emissoras de rádio, uma é a ''Web Rádio SKY FM INTERNACIONAL''  a outra é '' Rádio CIDADE WEB ROCK''.
A primeira rádio está afixada com o seu player abaixo da nossa logo-marca e é automático, ou seja, podendo os internautas escolher entre o stop eo play, ou até mesmo baixar e bloquear o áudio. Diferentemente da liguagem dos locutores que por sua vez falam em Inglês, as músicas que tocam nesta mesma emissora: Rádio SKY FM INTERNACIONAL, são um primórdio com conteúdo de músicas românticas, quem ouvir não irá se arrepender e sempre estará disposto a ouvir mais e mais.

A segunda emissora de rádio é bastante conhecida por muitos internautas, a Rádio CIDADE WEB ROCK, esta possui play opcional com grandes sucessos eo melhor do pop rock nacional e internacional.
Músicas de boa qualidade do mesmo modo, ouvir e querer mais sem dúvidas muita gente há de querer. Pois a referida rádio também oferece ótimo conteúdo musical.
Nos dois segmentos de rádio disponibilizados pelo nosso Blog aos internautas, há um predomínio de alta qualidade de áudio excelente, aconselho ouvir por várias horas uma e em seguida a outra, sei que muita gente não irá displugar de maneira alguma ao iniciar o acesso.
Não deixe de conferir e de comentar também, estamos ao inteiro dispor para críticas e sugestões de todos!

Sendo assim o Blog BUÍQUE DA GENTE torna-se um dos melhores e mais bem visitados, levando a todos um bom conteúdo, tornando-se um dos Blogs de Buíque muito bem acessado, e mais, aqui você tem acesso da mesma forma a um CHAT BATE-PAPO, com temas diversificados para todos os gostos, além de notícias da região, acontecimentos, fatos regionais, do Brasil e do mundo, tudo para oferecer o melhor conteúdo a você Internauta Blogueiro.
Procuramos potencializar, melhorar, dar qualidade, e mais, aguardem que assim que for possível estaremos colocando também o player da Rádio BUÍQUE FM 104,9 MHz para dinamizar ainda mais o nosso blog regionalizando do mesmo modo.
Nos sentimos honrados em oferecer de certa forma um pouco de atrativo para todos os nossos adeptos seguidores enquanto acessam nosso conteúdo, sintam-se todos a vontade.

''BLOG Buíque DA GENTE ...
... A GENTE NÃO COPIA, SIMPLESMENTE Criamos!''

Cordialmente agradeço ao prestígio de todos
Laelson BONY Locutor da Rádio Fm Buíque.

quinta-feira, 25 de março de 2010

POLÍTICA

TSE determina multa de R$ 10 mil a Lula por propaganda eleitoral antecipada
Suposta campanha em favor de Dilma ocorreu em janeiro deste ano. Na semana passada, Lula teve outra multa, de R$ 5 mil, dada por ministro.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou nesta quinta-feira (25), por 4 votos a 3, a aplicação de uma multa de R$ 10 mil ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva por propaganda eleitoral antecipada. Lula teria feito campanha em favor da ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, pré-candidata do PT, na inauguração do Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de dados de São Paulo (Sindpd/SP), em 22 de janeiro deste ano. O Palácio do Planalto não quis se manifestar. A representação contra Lula foi protocolada pelos partidos DEM, PSDB e PPS.
O presidente Lula e a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) na inauguração da sede do Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados e de Empresas de Processamento de Dados de São Paulo, em 22 de janeiro (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Na semana passada, o ministro auxiliar do TSE Joelson Dias aplicou multa de R$ 5 mil a Lula por entender que ele fez campanha antecipada em favor da ministra em outro evento. A decisão atendeu a pedido do PSDB, que também pleiteava a punição da própria Dilma no caso. De acordo com Joelson Dias, a ministra Dilma não deve ser multada porque nada nos autos evidenciou o seu prévio conhecimento sobre o ato.
Segundo ele, a ministra não pode ser punida uma vez que não poderia prever que seu nome seria aclamado por alguns dos presentes ao evento e nem mesmo a maneira como o presidente Lula, em discurso realizado de improviso, reagiria àquela manifestação.
Durante a inauguração do sindicato, Lula fez referência à sucessão presidencial. "Então, eu penso que a cara do Brasil vai mudar muito. E quem vier depois de mim, e eu, por questões legais, não posso dizer quem é; espero que vocês adivinhem, espero, quem vier depois de mim já vai encontrar um programa pronto, com dinheiro no Orçamento, porque eu estou fazendo o PAC II porque eu preciso colocar dinheiro no Orçamento para 2011, para que as pessoas comecem a trabalhar", disse o presidente.
O julgamento do pedido de multa começou no dia 16 de março, mas foi interrompido por um pedido de vista. Na sessão desta quinta, o presidente do TSE, Carlos Ayres Britto, que havia apresentado voto a favor de Lula no primeiro dia de julgamento, mudou seu posicionamento e decidiu pela aplicação da multa.
O relator do requerimento contra o presidente, ministro Henrique Neves, defendeu o arquivamento do pedido de multa por considerar que não houve propaganda antecipada no discurso do presidente. No entanto, a maiora da corte decidiu que Lula infringiu a legislação eleitoral.
A propaganda antecipada reclamada pelo PSDB teria ocorrido em 29 de maio de 2009, durante inauguração do complexo poliesportivo em Manguinhos, construído com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), no Rio de Janeiro. A multa ainda deve precisar ser confirmada pelo plenário do TSE, já que a Advocacia Geral da União avisou que iria recorrer da decisão.

Nesta quinta, em evento em São Paulo, Lula falou sobre a multa. Durante evento em Osasco com Dilma. Lula disse que evitaria citar nome de seu possível sucessor. O público que acompanhava a entrega gritou o nome de Dilma. O presidente lembrou que já havia sido multado e repreendeu em tom bem humorado os gritos da plateia. "Se eu for multado, vou trazer a conta para vocês", disse.

INTERNACIONAL

Em gravação, Bin Laden faz nova ameaça a americanos Cairo - Em sua terceira mensagem neste ano, o líder da Al Qaeda, Osama bin Laden, ameaçou nesta quinta-feira matar qualquer refém americano em poder da organização caso os Estados Unidos executem o cérebro dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.
Da Agência EFE

Em uma mensagem de áudio transmitida pela rede de TV "Al Jazira", Bin Laden disse que, no dia em que os EUA tomarem a decisão de executar Khaled Shaij Mohammed, a Al Qaeda executará todos os americanos em seu poder.
"A Casa Branca expressou seu desejo de executá-lo. O dia em que os EUA tomarem essa resolução terão tomado a decisão de executar todos os americanos que estiverem em nosso poder", afirmou o líder terrorista.

 Bin Laden também criticou o fato de o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, seguir os passos de seu antecessor, George W. Bush, "em muitos assuntos importantes, como na escalada da situação no Afeganistão" e no tratamento dado aos presos da Al Qaeda, entre eles o "herói mujahedin" Shaij Mohammed.

"As autoridades na Casa Branca ainda praticam injustiça contra nós, especialmente com o apoio a Israel na Palestina", acrescentou o líder terrorista, cujo paradeiro segue desconhecido.
Bin Laden lembrou ainda que, apesar de os americanos acharem que estão em um lugar seguro por viverem cercados por um oceano, sofreram um ataque "forte e estrondoso" em seu próprio país em 11 de setembro de 2001.
Atualmente, não existem registros de reféns americanos em poder da Al Qaeda ou de alguma outra organização ligada a Bin Laden.
A gravação transmitida hoje é subsequente à mensagem do terrorista divulgada em 29 de janeiro também pela "Al Jazira". Nela, Bin Laden acusava os países industrializados de serem responsáveis pela mudança climática.
Já sobre o áudio apresentado nesta quinta-feira, o comentarista da "Al Jazira" Abdel Bari Atwan disse que o comunicado de Bin Laden pode ser um sinal de que a Al Qaeda planeja alguma operação para sequestrar americanos.
Em 11 de fevereiro deste ano, o Departamento de Defesa dos EUA apresentou acusações e pediu pena de morte para Shaij Mohammed e outros cinco membros da Al Qaeda relacionados aos atentados de 11 de setembro, nos quais quase 3 mil pessoas morreram.

Shaij Mohammed, de origem paquistanesa, é o principal acusado dos ataques. Ele admitiu ter planejado cada detalhe deles, mas só depois de ter sido submetido à técnica de interrogatório conhecida como "asfixia simulada", o que poderia inviabilizar o uso da confissão em um julgamento.

O suposto cérebro do 11-9 foi detido em 2003 pelo Exército paquistanês. Três anos depois, foi levado para o centro de detenção americano em Guantánamo (Cuba), onde seria processado em uma corte militar.
No entanto, em novembro de 2009, o secretário de Justiça americano, Eric Holder, anunciou que Shaij Mohammed e alguns de seus cúmplices seriam julgados em tribunais civis em território americano.
A decisão de julgar o suposto cérebro dos atentados de 2001 na esfera cível gerou protestos dos setores conservadores nos EUA.

Há cerca de uma semana, o jornal "The Wall Street Journal" informou que um acordo estaria sendo negociado para que Shaij Mohammed fosse julgado por uma "comissão militar reestruturada".
Segundo a publicação, essas negociações estão sendo lideradas pelo senador republicano Lindsey Graham, da Carolina do Sul, que quer que os tribunais civis se limitem a julgar membros da Al Qaeda de menor importância.

JUSTIÇA

Justiça confirma que jovem foi preso e amigo, assassinado por um crime que não cometeram.
Acabou parte do tormento para Diego Pereira Cruz, 19 anos, e para a família de José Alex Soares da Silva. Confundidos com assaltantes de um posto de gasolina, eles foram espancados no dia 10 de janeiro em outro posto, ambos localizados na BR-428, em Petrolina, no Sertão do Estado. José Alex morreu em decorrência das agressões. Diego passou 39 dias preso mas, hoje, ouviu, em audiência realizada do Fórum Doutor Manoel Souza Filho, que estava inocentado das acusações. “Vou seguir minha vida normal. Estava ansioso, mas tranquilo. Agora eu quero que paguem pelo que fizeram com a gente”, declarou.
O veredito do juiz Edilson Moura, da 1ª Vara Criminal de Petrolina, não apaga as memórias da tortura que diz ter sofrido, inclusive dentro da delegacia da cidade, mas ajuda amenizar a dor da perda do amigo e a injustiça que começou a ser reparada nesta quinta-feira. As contradições presentes no processo foram o que mais chamou a atenção do magistrado. “Se você pensar direito, não faz muito sentido. Em regra, ninguém tira o capacete para realizar um assalto. Muito menos para, sem capacete, entrar em um local a menos de dois mil metros do local do crime. É ilógico”, avalia. Também contou a favor dos rapazes o fato da arma e dos produtos roubados nunca terem sido encontrados.

O próprio Ministério Público, através do promotor Lauriney Lopes, alegou que não havia provas suficientes para alegar que os rapazes eram culpados do assalto. Além disso, ele afirma que não foi necessário reconstituir o crime para elucidar as contradições. “O inquérito do delegado da Homicídios (Jean Rockfeller) foi anexado nos últimos instantes ao processo e, nele, fica claro que os verdadeiros assaltantes ainda estão livres para realizar novos crimes”, afirma.

De acordo com o promotor, embora garantam ter seguido a dupla, as testemunhas não sabiam a placa da moto que perseguiam e não conseguiam explicar se o veículo que entrou numa estrada vicinal da BR-428, durante a fuga, era o mesmo que saiu em outro ponto da BR, quando a perseguição recomeçou. "Se as testemunhas afirmam ter seguido os assaltantes até o posto onde ocorreu o espancamento, porque eles não estavam com o que supostamente roubaram?", questiona. Durante a audiência desta quinta-feira, uma das testemunhas chegou a discordar de outros depoimentos sobre quem pilotava a moto.

Caso - Na polícia, eles contaram que voltavam de um jogo de futebol na região do N-11, também em Petrolina. Diego relatou que ele o amigo pararam no posto de gasolina Paizão para abastecer. A dona do posto Umburuçu, que havia sido assaltado momentos antes, Maria Claudenice da Silva, 38 anos, teria chegado ao local acompanhada de três funcionários dela (Nilton César Ribeiro, Eliomar do Nascimento Lopes e Adriano Roberto da Silva) acusado José Alex e Diego. Os funcionários e mais uma das vítimas do assalto, o bombeiro Gracenildo Rodrigues dos Santos, 34 anos, teriam iniciado a agressão contra os jovens e só pararam com a chegada da polícia. Todos foram indiciados por lesão corporal seguida de morte e o bombeiro, por homicídio, em inquérito entregue à Justiça na última terça-feira. O caso tem ainda um sexto envolvido, que não foi indiciado por ser menor de 18 anos. Uma cópia do inquérito será encaminhada à Vara da Infância e da Juventude para que a culpabilidade do adolescente seja verificada.

Quando Diego e José Alex chegaram à delegacia, um novo capítulo da trágica história começou. Diego Cruz conta que foi espancado por policiais dentro da unidade policial e que o amigo também apanhou muito até ser levado para o Hospital de Traumas de Petrolina, onde morreu três dias depois. As denúncias de tortura são alvo de outro inquérito policial, que foi aberto ontem, e que tem três policiais civis - de nomes não revelados - como suspeitos de comandarem a barbárie.

quarta-feira, 24 de março de 2010

INJUSTIÇA E MORTE

Ed Wanderley

DO DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR

Uma vida perdida e outra interrompida. No dia 10 de janeiro deste ano, José Alex Soares da Silva, 19, e Diego Pereira Cruz, 18, voltavam de um jogo de futebol na região do N-11, em Petrolina, no Sertão pernambucano, quando foram confundidos, no posto de gasolina “Paizão”, com uma dupla que tinha assaltado, minutos atrás, outro posto de combustíveis, o Umburuçu, ambos localizados na BR-428. José Alex morreu três dias depois do “mal entendido” em um leito de hospital, em decorrência dos ferimentos de uma sessão de espancamento pelo crime que não cometeu. A história de injustiça, violência e morte está narrada em inquérito policial que foi entregue nesta terça-feira (23) à Central de Inquéritos do Ministério Público de Pernambuco em Petrolina, e que pede o indiciamento de cinco suspeitos pelo crime de homicídio.
Diego Pereira Cruz também não escapou ileso da ignorância e fúria. Foi vítima de um espancamento no local e acusa os policiais militares que atenderam a ocorrência de continuarem a violência na delegacia para onde foi levado. Ao final das agressões, o rapaz ainda foi autuado em flagrante e encaminhado à penitenciária da cidade, onde passou 39 dias preso, até ser liberado pela Justiça. A suposta violência policial será investigada em um segundo inquérito, que será aberto esta semana, e pode indiciar três policiais militares de Pernambuco pelo crime de tortura.
Em dois meses de investigação, o delegado Jean Rockfeller, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), através dos depoimentos colhidos, chegou à conclusão de que os jovens eram inocentes das acusações de assalto. Os verdadeiros assaltantes nunca foram encontrados.



O delegado não quis conceder entrevista, mas indiciou cinco pessoas pela injustiça. São elas: Maria Claudenice da Silva, 38 anos, dona do posto Umburuçu e que chegou ao posto Paizão gritando que José Alex e Diego eram os responsáveis pelo roubo; e mais Nilton César Ribeiro, Eliomar do Nascimento Lopes e Adriano Roberto da Silva, funcionários de Maria Claudenice, que teriam seguido a dupla e participado da sessão de espancamento. Todos vão respoder por lesão corporal seguida da morte de José Alex, e por lesão corporal de Diego Cruz.
O quinto indiciado é o bombeiro do 9º Batalhão do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar da Bahia, Gracenildo Rodrigues dos Santos, 34, que vai responder por homicídio qualificado, e consumado, por motivo fútil. Ele foi um das vítimas do assalto ao posto Umburuçu e também seguiu Claudenice e seus funcionários até o posto Paizão, onde ocorreu o linchamento dos jovens. O bombeiro, inclusive, já responde por outro homicídio. O caso tem ainda um sexto envolvido, que não foi indiciado por ser menor de 18 anos. Uma cópia do inquérito será encaminhada à Vara da Infância e da Juventude para que a culpabilidade do adolescente seja verificada.
  
DIEGO
Crime e Castigo

Em uma noite de terror, a vida do estudante do segundo ano do Ensino Médio, Diego Pereira Cruz, 19 anos, virou de cabeça para baixo. Depois de torturado e preso injustamente, ele ainda foi indiciado por dois crimes de assalto, o do posto de gasolina e, para completar, o roubo a uma mercearia, de propriedade de Francisco José de Alcântara. Ele viu as reportagens sobre a prisão dos rapazes e foi à delegacia da cidade dizer que Diego e José Alex também tinham assaltado o seu estabelecimento, dias antes.

Na primeira audiência para apurar o assalto, na 1ª Vara Criminal da Comarca de Petrolina, Francisco José prestou depoimento e, durante seu depoimento, voltou atrás sobre ter reconhecido Diego pelo assalto à mercearia. Perante o juiz, ele afirmou que não desfez o “mal entendido” por “medo da reação da imprensa”. Em entrevista ao Diariodepernambuco.com.br, Francisco José disse que “tem certeza absoluta que não foram os dois jovens que assaltaram o seu estabelecimento”. “Os dois reais assaltantes voltaram à mercearia dias depois, quando Diego e José Alex já haviam sido apreendidos”, esclarece.
A terceira audiência que julga a culpabilidade de Diego Cruz nos assaltos será realizada nesta quarta-feira (24), mas o jovem e sua família só pensam agora no caminho que o indiciamento pelos espancamentos podem trazer aos acusados. Para eles, o castigo para os envolvidos nas sessões de terror nunca será suficiente. “Por mim, eles podem ir para a prisão, os policiais podem perder a farda, o que for. Mas o que eu quero mesmo é ver a dona do posto (Maria Claudenice) atrás das grades. Como pode a pessoa mentir, causar a morte de uma pessoa, transformar a nossa vida em um inferno e ficar por isso mesmo?”, protesta.
Diego, vítima do espancamento, e a mãe. Foto: Regina Lima/Esp.DP/D.A Press

Certeza - Procurada pela reportagem, Maria Claudenice da Silva voltou a alegar certeza absoluta sobre os responsáveis pelo assalto ao Posto Umburuçu. Ela afirma que "em nenhum momento os perdeu de vista e que os ladrões não poderiam ser outros". Maria Claudenice soube, pela nossa equipe, que foi indiciada por lesão corporal seguida de morte. "Eu não tenho nada a ver com isso. Não bati em ninguém", afirmou, categoricamente.

JOSÉ ALEX
A árdua missão de encarar a realidade


Dor, tristeza e revolta. Essas três palavras fortes não são suficientes para resumir o sentimento da família de José Alex Soares da Silva, um jovem de 18 anos, funcionário de uma fábrica têxtil, que perdeu a vida confundido com um ladrão. “Minha mãe é outra pessoa desde a morte dele. Quando ela não chora o tempo inteiro, grita e xinga a polícia. Cada um vem se aguentando da maneira que pode”, detalha Andréia Soares da Silva, 22, irmã da vítima.

A família conta que reuniu 6.800 assinaturas em uma petição para cobrar celeridade na apuração do processo. Destas, 6 mil foram apenas de pessoas que compareceram ao velório do jovem. “Ele era uma pessoa querida e ninguém na comunidade João de Deus tem dúvidas do caráter e da inocência dele. Mataram um anjo sem saber”, lamenta Andréia.
Os pais de José Alex. Fotos: Regina Lima/Esp.DP/D.A Press

Ainda revoltado com o crime, o pai de José Alex, Manoel José da Silva, lembra do filho com orgulho e reclama da lentidão da justiça. “Em 19 anos, nunca trisquei (sic) a mão nele. Isso porque ele nunca mereceu. Aí vem alguém e se acha no direito de matá-lo com pancada? Só Deus mesmo. Só justiça divina”. O pai da vítima ainda questiona as ajudas prometidas e que, segundo ele, nunca chegaram. “Minha mulher já está quase louca e até agora não deram um comprimido sequer a ela. Não conseguimos médico e os direitos humanos, que prometeram auxiliar a gente, até hoje não apareceu por aqui”, denuncia.

OS POLICIAIS

Além dos cinco já indiciados pelo homicídio de José Alex e tentativa de homicídio contra Diego Cruz, mais três policiais militares pernambucanos podem ser punidos pelo “mal entendido”. Eles vão responder pelas sessões de espancamento de Diego, em um segundo inquérito que será aberto esta semana e que pode indiciar os oficiais por tortura. Se comprovadas as denúncias, o que de pior pode acontecer a eles é serem excluídos da corporação.



O delegado que concluiu os dois inquéritos de assalto (ao posto e à mercearia), Erlon Cícero, defende que qualquer outro colega teria autuado os jovens em flagrante. “Três ou quatro pessoas que se dizem vítimas afirmam que não tiraram os olhos dos suspeitos e que os assaltantes são aqueles que estão na sua frente. Chega outra suposta vítima dizendo que também foi assaltada por ele. Como você iria fugir e não lavrar o flagrante?”, justifica. Sobre as denúncias de espancamento que Diego Cruz teria sofrido, por volta das 3h do dia seguinte ao crime, o delegado é categórico: “Não vi nem ouvi nenhum movimento anormal durante o plantão”.


Caso as agressões tenham passado despercebidas, mas tenham realmente acontecido, os autores, que seriam policiais militares, podem pagar pelo crime com uma pena que varia de uma detenção até a exclusão da corporação. Isso vai depender do grau de gravidade interpretado pelos responsáveis pela apuração de um inquérito policial militar e do processo administrativo junto à Corregedoria.
De acordo com a assessora de imprensa da Secretaria de Defesa Social, Paula Cysneiros, independentemente do caso, a punição para um militar é diferenciada. “A exclusão é o máximo que eles podem pegar. Nesse caso, se o desligamento acontecesse antes da conclusão do inquérito da polícia civil, ele passaria a responder como civil, respondendo ao código penal. Caso contrário, ele seria julgado pela auditoria militar do Tribunal de Justiça e caberia, a quem fosse julgar, pedir ou não o desligamento”, explica.


 
 
NOITE DE TERROR
 
José Alex e Diego estavam no lugar errado, na hora errada. A bordo de uma moto, eles traziam nas mãos um saco de macaxeira, chuteiras e um capacete. Bem diferente de dois celulares, R$ 800 em dinheiro e um revólver que os verdadeiros assaltantes do posto Umburuçu deveriam estar portando no momento do roubo. Mesmo assim, Maria Claudenice esbanjava “certeza” de que eles eram os assaltantes e jurava que vinha seguindo a moto da dupla em uma caminhonete e que não tinha “desgrudado os olhos deles”.
Revoltados, seus funcionários e os clientes do posto iniciaram os espancamentos. Com a chegada da polícia, em vez de alívio, mais violência. Mesmo sem a localização da arma ou objetos do roubo, José Alex e Diego Cruz foram encaminhados à Delegacia de Ouro Preto, onde foram autuados, com base no depoimento de Claudenice e de outras “vítimas”. Durante o procedimento, puderam avisar às famílias. “Ele (José Alex) ligou para minha filha dizendo manda pai vir correndo até a delegacia, dentro de dez minutos, senão eles (policiais) me matam”, lembra o pai do jovem, Manoel José da Silva. “Ele pediu água e ganhou uma cotovelada na cabeça. Tentava falar com ele, mas ele já estava quase morto. Tive que implorar para que o levassem até o hospital”, completa.

No Hospital de Traumas de Petrolina, pouco se pôde fazer. José Alex passou três dias internado, respirando com o auxílio de aparelhos, até não resistir mais aos ferimentos. O local onde um dos jovens teve o fim da vida decretado foi onde supostamente os momentos de terror do amigo Diego tiveram início. “Dentro do hospital, os policiais me ameaçavam dizendo que eu tinha uma hora para começar a falar”, conta. De acordo com ele, o jogo do medo era arbitrado por três policiais militares, entre eles, uma mulher. A ideia era obrigá-lo a confessar o assalto e dizer onde estariam os objetos do roubo. “Me levaram a uma área chamada de pantanal, por ser próxima do rio, tiraram minhas roupas, colocaram um saco na minha cabeça e me bateram, me mandando mudar de história”, diz.
De volta à delegacia, as agressões teriam continuado no banheiro, com direito a simulação de afogamento com o rosto dentro de um vaso sanitário. A tortura só terminou quando Diego foi conduzido à penitenciária da cidade, onde passou seu aniversário de 19 anos e outros 38 dias encarcerado. No dia seguinte à notícia da morte de José Alex, mais tormento. “Dois policiais que não tinham participado do espancamento me visitaram na prisão. Disseram que se eu entregasse alguém, morreria”, relata.


Faixa pedindo justiça. Foto: Regina Lima/Esp.DP/D.A Press
 
Desesperada, a família do jovem procurou a proprietária do posto de combustíveis com uma foto dele em mãos. De acordo com Manoel José da Silva, a mulher admitiu não ter mais certeza de que seriam eles os assaltantes. “Quando fui perguntar sobre o motivo dele estar preso, ela mandou eu me retirar ou chamaria a polícia. Pior que, no mesmo dia do crime, enquanto meu filho era agredido, outro posto da região foi assaltado”, afirma.
A dúvida permaneceu para Maria Claudenice e para as outras testemunhas de acusação. Os depoimentos registrados na audiência realizada, no último dia 19 de fevereiro, foram marcados por contradições sobre quem estaria com a arma, quem pilotava a moto ou mesmo se houve disparos no local. A falta de provas consistentes, que atestassem a culpa do jovem, resultrou em um alvará de soltura para ele. O documento foi assinado pelo juiz Cícero Everaldo Ferreira Silva, da 1ª Vara de Criminal da Comarca de Petrolina, e cumprido no mesmo dia. “A pior parte de estar preso era saber que sou inocente. Nunca tinha passado por algo parecido”, desabafa Diego.
 
CRONOLOGIA
 
Dia 10/01/2010

Fim de tarde – Diego e José Alex participam de um torneio de futebol no NR-11.

19h10 - Uma amiga pede para que José Alex leve um saco de macaxeiras para seu pai, Manoel José da Silva.

19h42 - Os jovens voltam para casa, numa moto. Na BR-428, são trancados por uma caminhonete, mas seguem o trajeto.

19h46 - Ambos param no Posto Paizão para abastecer a motocicleta.

Posto onde ocorreu o assalto. Foto: Regina Lima/Esp.DP/D.A Press

19h50 – Os dois são acusados de assaltarem um posto de gasolina na mesma rodovia momentos antes, pela proprietária do estabelecimento roubado, Maria Claudenice da Silva. Pessoas que estavam no local começam a espancá-los no chão do posto.



20h - Policiais chegam e encaminham os dois à Delegacia de Ouro Preto.


Fachada da delegacia. Foto: Regina Lima/Esp.DP/D.A Press
    Dia 11/01/2010


1h - José Alex dá entrada no Hospital de Traumas de Petrolina.


2h - Diego Cruz deixa o hospital com três policiais e alega ter sido espancado em um matagal que fica na área da unidade de saúde.


3h - Diego e policiais retornam à Delegacia de Ouro Preto.


3h30 - Jovem é espancado em uma das salas da delegacia.


4h15 - Diego é encaminhado à penitenciária da cidade.


Dia 13/01/2010


José Alex morre no hospital devido aos ferimentos.

Fachada do hospital de trauma. Foto: Regina Lima/Esp.DP/D.A Press



Dia 14/01/2010



Diego Cruz recebe visita de dois policiais na penitenciária. Eles o ameaçam de morte.



Dia 19/02/2010



8h - Primeira audiência na 1a Vara Criminal da Comarca de Petrolina.



15h - Diego recebe liberdade provisória.



Dia 18/03/2010



8h - Segunda audiência na 1a Vara Criminal da Comarca de Petrolina.



Dia 23/03/2010



10h - Entrega de inquérito com conclusões sobre o homicídio. Cinco pessoas são indiciadas: Maria Claudenice da Silva, Nilton César Ribeiro, Eliomar do Nascimento Lopes, Adriano Roberto da Silva e Gracenildo Rodrigues dos Santos.

terça-feira, 23 de março de 2010

CASO ISABELA

Laudos mostram que alguém tentou impedir gritos de Isabella, diz legista

A menina Isabella Nardoni, 5, sofreu diversas lesões que culminaram em sua morte, entre elas, asfixia mecânica, fruto de uma esganadura, e outras decorrentes de quedas. Laudos mostram ainda lesões na boca, que indicam que alguém tentou impedi-la de gritar. É o que afirmou o legista Paulo Sergio Tieppo Alves nesta terça-feira (23) ao júri popular que decide se Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá são culpados ou inocentes pela morte da menina. Alves assina o laudo que concluiu qual foi a causa da morte de Isabella, que morreu em março de 2008 após a queda do 6º andar do edifício London, em São Paulo.
Segundo Alves, que prestou depoimento na tarde desta terça-feira como testemunha de acusação no caso, a morte de Isabella ocorreu pela associação de um conjunto de traumas. “Há sinais específicos da esganadura. Outros que atestam a queda do sexto andar. E ainda outros traumas”, afirmou.
O legista especifica que determinadas lesões mostram que Isabella sofreu uma queda momentos antes de desabar do edifício London. “Dentro do conjunto da perícia, os laudos mostram que alguém a jogou contra o chão.”
Em seguida, o legista foi pressionado para afirmar se existiria a possibilidade dessa asfixia ser causada pela queda do prédio. “Pode acontecer uma esganadura comum. E esse laudo específico em relação a esganadura mostram que esses ferimentos não têm nenhuma relação com a queda ou com manobras produzidas, por exemplo, para ressuscitação de uma vítima. Nesse caso, os traumas nos mostram que realmente houve a esganadura.”
O promotor do caso, Francisco Cembranelli, defende que Isabella foi jogada pela janela do 6º andar do edifício London pelo pai. Antes, teria sido esganada pela madrasta e agredida por ambos - teria sido atirada inconsciente. Já a defesa do casal insiste na tese de que havia uma terceira pessoa no prédio. Os dois negam as acusações e se dizem inocentes.

Mais depoimentos



O primeiro depoimento desse segundo dia de julgamento foi da delegada Renata Pontes, que era do 9ª DP (Carandiru) à época do crime. Ela afirmou aos jurados que as investigações apontaram que não há hipótese de que uma terceira pessoa tenha atuado no homicídio de Isabella Nardoni, 5, que morreu em março de 2008 após a queda do 6º andar do edifício London, zona norte de São Paulo.

A delegada, que afirmou ter "100% de certeza" de que Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá cometeram o crime sozinhos, disse que mais de 30 policiais vasculharam o local e não encontraram vestígios de outra pessoa. Segundo a delegada, com base em depoimentos de vizinhos, eles ouviram gritos de uma criança chamando pelo pai. "Para, pai!". Em seguida, alguns deles relataram ter ouvido um som abafado, que poderia ser de uma criança caindo.
O advogado de defesa, que tentou desqualificar o depoimento da delegada, a questionou sobre laudos e sobre o sangue encontrado no apartamento. Para Podval, não há provas concretas que liguem o casal aos ferimentos de Isabella. O advogado também perguntou à testemunha, também arrolada pelo promotor do caso, Francisco Cembranelli, se ela tinha conhecimento de histórico de violência do casal, sem ser por depoimentos de terceiros. "O que sei é que há relatos de que Jatobá já arremessou um dos filhos por ciúme, e que Alexandre repreendeu o próprio filho jogando-o no chão", afirmou Pontes, com base no que disseram a mãe de Alexandre e a mãe de Ana Carolina Oliveira, avó de Isabella.

Durante questionamento do promotor do caso, Francisco Cembranelli, a delegada também defendeu que nunca houve qualquer abuso por parte de policiais envolvidos na investigação e disse que nunca pré-julgou o casal, em resposta a Podval sobre porque passaram um dia inteiro na delegacia naquele dia. "Fizemos exames porque é o procedimento, até para não haver acusação infundada. O crime é muito complexo. Eles foram ouvidos informalmente muitas vezes", afirmou.
Cembranelli usou uma maquete especialmente feita para júri, que reproduz o apartamento no edifício London, onde o crime aconteceu. A maquete reproduz marcas de sangue encontradas no apartamento, que a delegada confirmou ter encontrado: na entrada do apartamento e no quarto dos filhos do casal. Posteriormente, por meio do luminol, mais sangue foi encontrado, segundo ela.


Entenda o julgamento

Hoje é o segundo dia do julgamento. Ontem, o casal Nardoni se viu pela primeira vez desde maio de 2008, quando foram interrogados. No único depoimento de testemunha realizado ontem, a mãe de Isabella, Ana Carolina Oliveira, chorou por pelo menos três vezes, provocou o choro de ambos os réus, relatou o amor de Alexandre pela filha e o ciúme que a madrasta teria da relação do marido com a menina e com a ex-mulher.
Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá são julgados por quatro mulheres e três homens, que foram escolhidos ontem para compor o Conselho de Sentença. Desses sete jurados, cinco nunca participaram de um júri e, por isso, receberam esclarecimentos sobre como funciona um júri popular por parte do juiz Maurício Fossen.
Antes do sorteio dos jurados, a defesa do casal fez requerimentos para adiar o júri e realizar diligências. Todos foram negados pelo juiz.
A estimativa do tribunal é de que o julgamento dure até cinco dias. Ao final dos depoimentos de todas as testemunhas, dos debates, das apresentações da defesa e a acusação, o júri se reúne em uma sala secreta para responder a quesitos formulados pelo juiz. Eles decidirão se o casal cometeu o crime, se pode ser considerado culpado pela atitude, e se há agravantes ou atenuantes, como ser réu primário. De posse do veredicto, Maurício Fossen irá dosar a pena com base no Código Penal. Se houver absolvição, os Nardoni deixam o tribunal livres.

EDUCAÇÃO

MEC vai fazer nova rodada de seleção unificada para universidades federais em junho

Agência Brasil

Brasília - O Ministério da Educação (MEC) fará uma nova rodada de inscrições do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) em junho. Os alunos que tiverem interesse em disputar as vagas que serão oferecidas por instituições públicas de ensino vão utilizar a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2009. A decisão foi tomada hoje (23) após reunião do ministro com os reitores das universidades federais.

De acordo com a secretária de Ensino Superior do MEC, Maria Paula Dallari Bucci, todas as 51 instituições que participaram da primeira edição do Sisu manifestaram interesse em permanecer no processo. Ainda não é possível saber quantas vão participar da seleção de junho, já que nem todas fazem processos seletivos duas vezes ao ano.



O MEC espera que outras universidades que não faziam parte do Sisu participem da etapa de junho. O período para adesão das instituições começará no final de abril e prosseguirá até maio.



A reunião também apontou para algumas mudanças no sistema. Em vez de três etapas de inscrição para preencher as vagas, o Sisu terá apenas uma etapa, seguida por uma lista de espera. Dessa forma, as vagas não ocupadas no primeiro período de inscrição serão preenchidas por meio de uma lista classificatória organizada a partir das notas dos estudantes no Enem.
De acordo com Maria Paula, ainda serão definidas quantas opções de curso o aluno poderá fazer dentro do sistema.
“São ajustes operacionais que eram esperados, um processo dessa natureza passa por ajustes. Essa é a sexta reunião com reitores que a gente faz, o sistema foi desenhado com a participação das universidades e será assim em suas edições sucessivas”, disse a secretária.



A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) está preparando um documento com a avaliação sobre o novo Enem e o Sisu para os próximos meses. De acordo com o presidente da entidade, Alan Barbiero, é uma avaliação “política, pedagógica e operacional”.
“Pela reunião de hoje, percebi que as colaborações dizem muito mais respeito às questões operacionais, do que do ponto de vista pedagógico ou político. Isso é positivo porque é mais fácil de ser ajustado. Estamos no caminho certo, precisando fazer ajustes operacionais”, afirmou.



Sobre a próxima edição do Enem, que deve ocorrer após as eleições, o MEC apresentou um cronograma preliminar aos reitores.
De acordo com Alan, as inscrições teriam início em junho e todo o processo se encerraria em janeiro. Mas, segundo Maria Paula, as datas ainda estão sendo avaliadas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep).