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sexta-feira, 22 de outubro de 2010

SAÚDE/INFECÇÃO HOSPITALAR

Pernambuco tem quatro casos confirmados da superbactéria
 Do JC Online

    Quatro casos da superbactéria Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase (KPC) foram confirmados pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), na tarde desta sexta-feira (22). As ocorrências foram registradas em dois hospitais do Recife, sendo um privado em um público. Três pacientes estão internados em UTI, porém com sinais vitais estáveis, enquanto outro teve alta da Terapia Intensiva e se recupera em um quarto isolado do hospital.
    A SES (Secretaria Estadual de Saúde)não divulgou o nome das unidades de saúde para evitar pânico entre os pacientes. O único caso registrado anteriormente no Recife é datado de 2005, mas não foi oficialmente contabilizado. Conforme orientação da Anvisa, todos estão isolados e sendo tratados por equipe exclusiva, reduzindo ao máximo o risco de transmissão.
    Dos casos, três estão em uma unidade privada. São três homens, com idade de 46, 75 e 80 anos. Os três casos são pacientes que sofreram acidente vascular cerebral (AVC). Dois estão na UTI da unidade e desenvolveram a infecção. O terceiro está apenas colonizado pela bactéria, ou seja, sem apresentar quadro infeccioso. Como seu quadro teve sensível melhora, teve alta da UTI e se recupera em apartamento exclusivo.
    No hospital da rede pública, foi confirmado um caso em um homem de 64 anos. Ele deu entrada na UTI da unidade em 15 de setembro, também com quadro de AVC, apresentando sequelas neurológicas. O paciente desenvolveu infecção, nas vias respiratórias, mas se recupera bem e não respira mais com a ajuda de aparelhos de ventilação mecânica.
    Os resultados foram obtidos através de coleta (swab) de fezes e urina dos pacientes. As análises foram feitas nos laboratórios de análises clínicas das unidades em que os pacientes estão internados. Todos os quatro pacientes estão sendo tratados com antibióticos de última geração, dentro do protocolo médico indicado.
    Esses são os primeiros casos oficialmente confirmados de KPC no Estado. Como citado anteriormente, houve um caso em 2005, em um hospital privado, porém ele não foi notificado às autoridades sanitárias de Pernambuco. Seu conhecimento se deu através de um artigo científico.
    A notificação e o controle da infecção hospitalar ocorre no Estado desde 2007, com a implantação da Rede Estadual de Monitoramento da Resistência Microbiana em Serviços de Saúde – Rede RM. A partir desse momento, a Apevisa, juntamente com as Comissões de Controle da Infecção Intra-Hospitalar (CCIHs), implementou um plano de vigilância nas UTIs, para notificação dos casos com agilidade, e capacitação dos profissionais de saúde para as medidas de prevenção.
    Entre as principais orientações, estão a de higienização das mãos; utilização, por parte dos profissionais, de luvas e capotes exclusivos para o paciente; desinfecção terminal e sistemática do ambiente; realização periódica de exames para análise do quadro clínico e isolamento do leito. Essas orientações estão contidas no Manual de investigação e Controle de bactérias Multirresistentes, elaborado pela Anvisa e divulgado entre os profissionais de saúde de Pernambuco.

BACTÉRIA – A KPC se enquadra dentro de um grupo de microorganismos que se desenvolvem dentro do ambiente hospitalar, especialmente as UTIs - no caso dos quatro pacientes, todos passaram mais de um mês em cuidados de Terapia Intensiva. O uso de antibióticos potentes faz com que essas bactérias desenvolvam a resistência aos medicamentos.
Há duas formas de o paciente desenvolver a bactéria: dentro do próprio organismo (contágio endógeno) ou através de através das mãos dos profissionais de saúde, além de materiais contaminados (transmissão exógena). A SES orienta os hospitais a, em casos suspeitos, notificar imediatamente a Coordenação Estadual de Controle de Infecção, para que as medidas de prevenção sejam adotadas com maior eficiência.

Casos de contaminação pela superbactéria estão dentro da média de infecção hospitalar
Da Agência Brasil

    O diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Dirceu Barbano, disse hoje (22) que os casos de contaminação pela superbactéria KPC não são excepcionais em relação aos casos de infecção hospitalar registrados no Brasil.“Não houve alteração nos últimos meses na taxa média de 14% de infecção por causa da KPC”, afirmou Barbano. Técnicos da Anvisa se reuniram hoje com especialistas em infectologia e microbiologia para discutir a KPC.
    De acordo com Barbano, os especialistas concluíram que não existem mais casos de KPC em comparação a outros micro-organismos presentes nos hospitais e que a mortalidade pela KPC não é superior em relação a média de mortes causadas por outros tipos de infecção hospitalar. O grupo disse ainda não ser necessária a adoção de medidas específicas para o controle da KPC, sendo eficazes as ações padrões para o combate a outros micro-organismos.
    O diretor destacou que a KPC atinge, principalmente, pacientes com saúde mais debilitada, como as pessoas hospitalizadas em unidades de Terapia Intensiva (UTI). A carbapenemase é um tipo de enzima que provoca resistência de algumas bactérias aos antibióticos de uso habitual.

    Para conter novos casos da KPC, a Anvisa publicará nos próximos dias norma obrigando os hospitais e clínicas públicas e particulares a instalar dispensadores de álcool em gel em salas onde há atendimento de pacientes. O objetivo é estimular a higienização das mãos entre os profissionais de saúde.

    A agência publicará também uma resolução que torna mais rígida a venda de antibiótico. O paciente vai necessitar de duas vias da receita médica para comprar o remédio – uma ficará retida na farmácia e outro com o paciente. Atualmente, é necessária a prescrição médica para vender antibiótico, mas a maioria das farmácias não exige a apresentação do documento.

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