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terça-feira, 26 de outubro de 2010

ELEIÇÕES 2010

Com apoio de Lula, Dilma tenta ser 1ª mulher presidente do Brasil

Da Agência EFE
São Paulo - Dilma Rousseff, uma economista de 62 anos, pode ser eleita, no próximo domingo, a primeira mulher presidente do Brasil e se transformar, em janeiro, na sucessora de seu mentor, Luiz Inácio Lula da Silva.
A ex-ministra da Casa Civil e de Minas e Energia espera superar nas urnas as críticas à falta de experiência e de carisma.
As últimas pesquisas apontam a candidata do PT com mais de 50% dos votos, contra 40% de seu adversário, José Serra (PSDB).
Dilma, que até o ano passado era praticamente uma desconhecida da maioria do eleitorado brasileiro, driblou sua falta de experiência nos debates e, com o apoio decisivo de Lula, chegou à última semana de campanha como clara favorita à vitória.
Em 2009, a candidata obteve sucesso em um tratamento de quimioterapia para combater um linfoma descoberto em fase incipiente.
Filha de um imigrante búlgaro comunista, Dilma passou mais de dois anos presa durante a juventude e foi torturada por sua militância em movimentos que lutavam contra a ditadura militar, um passado "guerrilheiro" do qual a oposição tentou tirar proveito na campanha.
Nascida em 14 de dezembro de 1947 em Belo Horizonte, Dilma Vana Rousseff Linhares participou das organizações clandestinas Política Operárias (Polop), Comando de Libertação Nacional (Colina) e Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares), militância pela qual foi condenada por subversão.
A candidata começou sua carreira na administração pública no final dos anos 80 como militante do PDT no Rio Grande do Sul como diretora geral do Conselho Municipal do Porto Alegre. Depois, foi secretária estadual de Minas e Energia.
Sua gestão administrativa foi reconhecida no final de 2002 por Lula, que a designou ministra de Minas e Energia de seu primeiro mandato, iniciado em janeiro de 2003.
Em 2005, quando o escândalo do 'Mensalão' custou o cargo do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, Lula escolheu Dilma para a vaga e no ano passado deu o aval para que ela se candidatasse para sucedê-lo, apesar da resistência de setores do PT que a consideravam uma forasteira no partido, ao que se filiou há apenas 11 anos.
Na disputa eleitoral, os assessores da candidata tiveram de adoçar seu discurso e sua expressão com roupas, maquiagem e penteados mais elegantes para enfrentar a postura ríspida e dura que a caracterizava antes de sua aspiração presidencial.
Divorciada e mãe de uma filha, Dilma se tornou avó recentemente, e as imagens do batismo de seu neto foram usadas para afiançar seu discurso religioso no meio de uma polêmica por seu suposto apoio ao aborto, que lhe custou alguns votos e atrapalhou na tentativa de conquistar a vitória ainda no primeiro turno.
De um marcado perfil técnico, foi uma das impulsoras do programa de desenvolvimento energético do Brasil e, na Casa Civil, planificou e administrou o chamado Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), um plano de obras de infraestrutura que lhe deu mais visibilidade.
Dilma tem como candidato a vice-presidente o experiente político Michel Temer (PMDB), que, caos 70 anos, já foi por três mandatos presidente da Câmara dos Deputados.

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