Famílias com filho em curso técnico podem ter Bolsa Família maior
Projeto prevê reajuste acima da inflação apenas
para famílias que tiverem filhos em 2º turno escolar ou capacitação técnica;
decisão é da Presidência
Prestes a
deixar o governo para concorrer às eleições, o ministro do Desenvolvimento
Social, Osmar Terra, tenta emplacar uma nova política de reajuste do Bolsa
Família este ano. A
proposta, entregue nesta última segunda-feira (2) ao presidente Michel Temer,
prevê a concessão de aumento acima da inflação apenas para famílias que tiverem
filhos em segundo turno escolar ou em programas de capacitação técnica.
Com a mudança, o governo teria
de desembolsar cerca de R$ 3 bilhões para reajustar o valor do benefício — o
triplo do que previa gastar concedendo apenas a inflação.
Temer ainda vai
analisar as planilhas antes de bater o martelo e baixar o decreto. O ministro
Osmar Terra diz que já é dado como certo um reajuste de 2,95%, para repor a
inflação de 2017. Ele considera o “aditivo” um incentivo para que as famílias
tenham uma porta de saída do programa.
“Essas
condicionantes mudam mais a realidade familiar do que só controlar a presença
escolar”, disse Terra. Hoje, as famílias que recebem Bolsa Família já precisam
cumprir regras de assiduidade escolar e manter a carteira de vacinação dos
filhos em dia, mas a avaliação de Terra é de que isso é insuficiente para dar
condições de saída aos beneficiários.
Com a mudança, o
reajuste acima da inflação seria condicionado ao cumprimento das novas
condicionantes.
— A gente não fechou um número,
mas seria um valor bem maior (de reajuste). Pode ser 5%, 10%.
As aulas em segundo
turno escolar e os cursos profissionalizantes seriam oferecidos em convênio com
as prefeituras, que teriam prazo de alguns meses para se adaptar e ofertar as
vagas. Há também uma opção de prever, como uma das condições, a participação de
beneficiários em programas de geração de emprego.
Orçamento
A decisão do
presidente Michel Temer vai depender de espaço no Orçamento, que tem R$ 18,2
bilhões bloqueados atualmente diante de riscos de frustração de receitas. Há
também a barreira do teto de gastos — que exige o cancelamento de despesas para
dar lugar a novos gastos. Mas Terra acredita que os recursos para viabilizar o
reajuste maior no Bolsa Família podem sair da economia esperada com a revisão
de benefícios, como auxílio-doença e aposentadoria por invalidez.
O governo espera concluir até o
fim deste ano o pente-fino nos 1,5 milhão de benefícios que estavam sem
avaliação havia mais de dois anos. A economia adicional esperada em 2018 é de
R$ 10 bilhões, segundo o ministro. O Orçamento conta hoje com apenas metade
dessa poupança, ou seja, há possibilidade de que outros R$ 5 bilhões em
despesas hoje programadas acabem sendo liberados para outros gastos — abrindo
caminho para o reajuste diferenciado no Bolsa Família.
Quem pode participar do Bolsa Família?
As famílias que têm
renda por pessoa de R$ 85,01 e R$ 170,00 mensais podem
participar do programa desde que tenham crianças ou
adolescentes de 0 a 17 anos.
Segundo o
Ministério do Desenvolvimento Social, as famílias devem se inscrever no
Cadastro Único. O responsável pela unidade familiar deve incluir o CPF e título
de eleitor.
Os outros membros
da família devem apresentar apenas um documento oficial, como certidão de
nascimento, certidão de casamento, CPF, carteira de identidade (RG), carteira
de trabalho ou Título de Eleitor.
Nem todas as famílias
que se cadastrarem vão ingressar no programa. Segundo o Ministério do
Desenvolvimento Social, a seleção é feita por um sistema informatizado, a
partir dos dados que elas informaram no Cadastro Único e das regras do
programa.
Além de analisar as
informações de cada uma das famílias, o Bolsa Família também leva em conta o
número de famílias atendidas no município e o limite do orçamento do governo
federal.
As famílias selecionadas
recebem um cartão de saque, o Cartão Bolsa Família, emitido pela Caixa
Econômica Federal. O cartão é enviado para a casa delas pelos Correios. Junto
com o cartão, a família recebe um panfleto com explicações sobre como ativá-lo,
o calendário de saques do Bolsa Família e outras informações.
Calendário de pagamento
Os pagamentos do
Bolsa Família de março começaram no dia 19 de março. As datas são determinadas
de acordo com o número final do NIS (Número de Identificação Social) impresso
no cartão do Bolsa Família.
Os brasileiros que
possuem o Bolsa Família têm até três meses a partir da data de disponibilização
do benefício para sacarem o valor.
Veja as datas de
pagamento:
Final 1: 16/03
Final 2: 19/03
Final 3: 20/03
Final 4: 21/03
Final 5: 22/03
Final 6: 23/03
Final 7: 26/03
Final 8: 27/03
Final 9: 28/03
Final 0: 29/03
Final 2: 19/03
Final 3: 20/03
Final 4: 21/03
Final 5: 22/03
Final 6: 23/03
Final 7: 26/03
Final 8: 27/03
Final 9: 28/03
Final 0: 29/03
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