A Direção Geral da Rede Globo se sente muito satisfeita com a novela O ASTRO desde sua estréia e, apesar de ter tido uma significante queda na audiência no último dia 12.
Gente, se analizarmos bem, com queda ou não, a novela à cada capítulo está ficando ainda mais picante.
Cenas de nudez e sexo estão sendo exibidas, tirem suas crianças menores de idade da sala nos horários de exibição da novela. Sabemos que o horário pode permitir as cenas, mas o fato é que realmente não é propício nem tão pouco coerente, seriamos loucos em deixar crianças assistirem, falo daqueles que costumam dormir um pouco mais tarde, frente a tanta exposição de nudez e cenas de sexo.
Algumas cenas chegam a chocar mesmo, acreditem, na tv mesmo, nem na história da DRAMATURGIA brasileira, eu nunca tinha visto nem ouvi algo desse tipo ou parecido em uma novela, o amor exposto sem pudor. Pouco acompanho novelas, não sou noveleiro, mas assisti uma única parte e quando vi a cena, fiquei perplexo, aí foi me disseram que não seria a primeira, que outras ainda mais fortes já haviam sido exibidas.
Bom, muita gente tá assistindo e dizendo que acha bom, eu...
...Diante do que vi, estou sem palavras!
“O Astro é uma obra que merecia homenagear os 60 anos da novela brasileira porque tem algo a mais”
Alcides Nogueira tem vivido em função de Herculano Quintanilha. De manhã, de tarde e de noite, o ilusionista, que se apresentou pela primeira vez ao telespectador em 1977 pela mão da saudosa Janete Clair, tem vindo a merecer ampla atenção do novelista da Globo, voltando aos poucos a ganhar vida, não fosse ele o protagonista da novela que tem a árdua tarefa de homenagear o gênero, que comemora em 2011 seis décadas de existência. “Trata-se de um dos personagens mais fascinantes da teledramaturgia brasileira, pelo que merece, em conjunto com os outros personagens, ser conhecido pelas gerações mais jovens”, explica, em entrevista exclusiva a Bruno Cardoso, do NaTelinha, o autor da nova “novela” das onze da Globo.
A “novela”, que Alcides Nogueira diz ter “algo a mais” comparativamente a todas as outras, vai assim ganhar nova roupagem já a partir desta terça-feira (12), marcando um duplo retorno à televisão brasileira. Por um lado, o folhetim simboliza o regresso do novelista à Globo, três anos depois de ter escrito a saudosa “Ciranda de Pedra”, que teve de passar por uma fase complicada, em que todas as novelas das seis iam mal no Ibope, apesar das caprichadas produções.
Por outro lado, a macrossérie representa o retorno da própria emissora a esse gênero televisivo, abandonado desde 2007, altura em que ainda se arriscava a levar ao ar um produto como “Amazônia”.
“O público sente falta dessas séries”, refere Alcides Nogueira, que espera assim ver o gênero ressuscitado, após a passagem, bem sucedida, de “O Astro” pelo horário. O desafio de escrever a nova versão da trama de Janete Clair surgiu, assim, depois de o autor ter aceito o convite de Roberto Talma, diretor de núcleo que diz ser “adorável” e por quem afirma ter grande estima. “Estamos fazendo um produto de alto nível, que agradará o telespectador ao longo de seus 60 capítulos”, reforça Alcides Nogueira, que apela ao telespectador para conferir a trama, repleta de “muita paixão, ação, humor, sensualidade e de um lado policialesco”.
Em entrevista ao NaTelinha, o autor da novela que homenageará os 60 anos da teledramaturgia no Brasil fala do seu novo trabalho, mas também de uma nova novela das seis, cuja sinopse já está pronta, mas que continua adiada à espera da “luz verde” da emissora. Não deixe de conferir.
NaTelinha: “O Astro” marca o seu retorno à televisão brasileira, três anos depois de ter escrito “Ciranda de Pedra”. Apesar do capricho da produção e das opiniões positivas dos críticos, a sua novela anterior teve um Ibope estável, porém inferior ao que as atuais tramas das seis vêm dando. Teme que a história se repita com “O Astro” ou acredita que o desempenho desta será bem mais satisfatório em função de uma conjugação de fatores diferentes?
Alcides Nogueira: Não foi bem assim. Na época, as novelas das 18 horas estavam atravessando uma fase complicada. “Desejo Proibido”, do Walter Negrão, que antecedeu “Ciranda de Pedra” foi encurtada e era uma linda história; “Negócio da China”, do Miguel Falabella, que sucedeu “Ciranda”, não alcançou a mesma audiência, apesar de Falabella sempre fazer sucesso e a novela trazer uma linguagem inovadora. Televisão é assim mesmo. Temos, sempre, que lidar com o imponderável. Espero que, com “O Astro”, as conjunções sejam melhores. Mas nunca me atrevo a prever nada. Toda a equipe está dando o sangue para fazer da série um produto de alto nível, que agrade ao telespectador. Isso, sim, eu digo e garanto.
NaTelinha: A experiência de “Ciranda de Pedra” te ajudou na hora de trazer “O Astro” para os tempos atuais? Que diferenças poderá o telespectador perceber entre a nova versão do sucesso de Janete Clair e a nova versão contada por você e Geraldo Carneiro?
Alcides Nogueira.: “Ciranda de Pedra” se passava em 1958 e a novela original de Janete Clair, em 1977. Assim, as experiências são totalmente diferentes. O que sempre há é o exercício contínuo da escrita, tanto para a televisão quanto para o teatro. Geraldo Carneiro e eu estamos atualizando a história maravilhosa de Janete porque muita coisa mudou daquela época para cá. Não queremos que a trama pareça anacrônica. Não mexemos somente em personagens. Mas também em situações. Portanto, o assassinato de Salomão Hayalla continuará sendo um mistério.
NaTelinha: Como surgiu o convite para você trazer “O Astro” para a realidade? Na sociedade atual, uma história como esta ainda é capaz de surpreender o telespectador?
Alcides Nogueira.: Fui convidado pelo Roberto Talma, que é o mentor do projeto. Sem dúvida alguma essa história é, sim, capaz de cativar e surpreender o telespectador. Herculano Quintanilha é um dos personagens mais fascinantes da teledramaturgia brasileira. Merecia ser conhecido, assim como as outras tramas de “O Astro” pelas novas gerações.
NaTelinha: “O Astro” é a trama mais indicada, do seu ponto de vista, para homenagear os 60 anos da telenovela brasileira? Produzir uma macrossérie chega para estar à altura dessa data simbólica?
Alcides Nogueira.: Os sessenta anos da teledramaturgia brasileira merecem muitas homenagens. Todas as possíveis. A novela continua sendo o grande entretenimento do brasileiro. E a brasileira alcançou um nível muito alto, desde que foi criada. Muitos autores e obras mereceriam a homenagem. Mas acho que “O Astro” possui algo a mais.
NaTelinha: Como você vê a telenovela brasileira atualmente? Quais as principais diferenças entre o produto que é hoje produzido com aquele exibido há seis décadas atrás?
Alcides Nogueira.: Como disse anteriormente, a telenovela continua sendo o grande entretenimento do telespectador brasileiro. E, na minha opinião, continuará sendo por muito tempo ainda. Hoje, as telenovelas possuem tramas mais sofisticadas, existe uma preocupação muito grande com o social, houve uma grande evolução tecnológica. Mas a base continua sendo o bom e velho folhetim.
Rodrigo Lombardi é Herculano Quintanilha em "O Astro"
Divulgação/TV Globo
NaTelinha: Como tem sido contar com o Rodrigo Lombardi na sua versão de “O Astro”? Ele foi a sua primeira escolha para o papel de Herculano Quintanilha?
Alcides Nogueira.: Ele foi a primeira escolha de toda a equipe: da Rede Globo, do Talma, do Maurinho Mendonça, do Geraldo Carneiro e minha. Ele é perfeito para o papel.
NaTelinha: E ter o Francisco Cuoco fazendo o Ferragus? É uma forma de criar déjà-vu no telespectador?
Alcides Nogueira.: Criar o Ferragus e fazer com que ele passe o bastão, ou o turbante com ametista, para o novo astro foi uma forma de homenagear o Francisco Cuoco, um dos nossos grandes atores do teatro e da televisão.
NaTelinha: O elenco conta também com Carolina Ferraz, Thiago Fragoso, Alinne Moraes, Regina Duarte, só para citar alguns. É um bom elenco, no seu entender?
Alcides Nogueira.: É um elenco maravilhoso! Eu seria injusto se não acreditasse que todos irão dar um show nessa nova versão da história.
NaTelinha: Antes da estreia de “Ciranda de Pedra”, você me disse que no horário das seis não cabia a discussão em torno de um personagem homossexual, na altura desempenhada pela Paola Oliveira. A mesma discussão cabe agora no horário das 23h, com o personagem do Henri Castelli? Você vai tirar proveito?
Alcides Nogueira.: Continuo pensando a mesma coisa. O personagem Henri já existia na versão da Janete, só que colocado de maneira muito discreta, por causa da censura. Não, não iremos tirar proveito. O personagem irá participar da trama na medida em que é solicitado. E, para nossa sorte, o João Baldasserini é um ator incrível.
NaTelinha: Como está sendo a parceria com o Geraldo Carneiro e, também, com seus colaboradores?
Alcides Nogueira.: Eu já tinha trabalhado com o Geraldo em “JK”. Ele é um grande autor e um colega de primeira linha. Acima de qualquer coisa, somos muito amigos. Há uma grande cumplicidade entre nós. Isso conta muito. Nossos colaboradores, Tarcísio Lara Puiati e Vitor de Oliveira, são dois jovens talentos, que têm um belo futuro á frente deles. É uma equipe muito harmônica.
NaTelinha: Existe a possibilidade de esticar a duração de “O Astro” ou a obra inicia já com o número de capítulos decidido?
Alcides Nogueira.: Serão sessenta capítulos.
NaTelinha: Ficou incomodado por a Globo te chamar para este remake, engavetando a sua sinopse inédita no horário das seis? Porque ela foi preterida por “Cordel Encantado”?
Alcides Nogueira.: Não. Se a novela tivesse sido engavetada por qualquer outro motivo, talvez eu ficasse chateado. Mas revisitar “O Astro” é um privilégio. A novela minha e do Mario Teixeira não foi preterida por “Cordel Encantado”, que, realmente, é encantado, de tão bonito. A emissora tem suas estratégias. Pelo que sei, o projeto das 18 horas foi apenas adiado. Trata-se de uma história que se passa no moderno interior do estado de São Paulo, onde é gerada muita riqueza.
NaTelinha: Você nunca fez parceria com o Roberto Talma. Ela tem mais pontos em comum do que divergências?
Alcides Nogueira.: Sempre quis trabalhar com Roberto Talma, um dos maiores nomes da nossa televisão. Aconteceu e estou felicíssimo. O Talma, além de saber tudo sobre teledramaturgia, é uma pessoa adorável. Claro que há divergências, ou seria tudo uma chatice. Mas as afinidades superam essas diferenças, e sempre conseguimos chegar a um denominador comum.
NaTelinha: Quais as suas expectativas com essa nova trama? Existe algum tipo de pressão por parte da Globo sobre uma determinada audiência que a emissora espera com este produto?
Alcides Nogueira.: Acho que “O Astro” tem todos os ingredientes para agradar. Não existe essa história de pressão por parte da Globo. A mídia adora criar fatos (risos).
NaTelinha: Se “O Astro” tiver êxito, está aberta a possibilidade de abrir mais um horário de novelas/macrosséries na Globo? Sente tristeza por ver que projetos como “Um Só Coração” ou “JK”, nos quais você participou fervorosamente, não teriam lugar na emissora atualmente por imposições quanto ao número de capítulos?
Alcides Nogueira.: Sem dúvida alguma. Será um horário disponível para histórias mais longas, como foram “JK”, “Um Só Coração”, “Os Maias”, “A Muralha” e outras... Tenho a impressão de que o público sente falta dessas séries.
NaTelinha: Como você descreveria “O Astro” para os leitores do NaTelinha?
Alcides Nogueira.: É uma bela história criada por Janete Clair, com muita paixão, ação, humor, sensualidade... e um lado policialesco. A série tem a vantagem de poder agilizar mais as tramas.