A reportagem de hoje da #VazaJato mostra como o
procurador Deltan Dallagnol usou dois grupos políticos como porta-vozes de
causas políticas pessoais dele e da operação. Novos diálogos
das mensagens secretas da Lava Jato revelam que Dallagnol
pauta atos públicos, publicações em redes sociais e manifestações dos
movimentos de forma oculta, tomando cuidado para não ser vinculado publicamente
a eles.
O procurador aciona integrantes do Vem pra Rua e do
instituto Mude para que sirvam como laranjas em diversas ocasiões. Em uma
delas, busca interferir na escolha do ministro do STF que substituiria Teori
Zavascki na relatoria da Lava Jato na Suprema Corte.
Os diálogos mostram uma conversa entre Patrícia
Fehrmann, do Mude, e Dallagnol em que o procurador recomenda: "seria bom
se os movimentos replicassem o post do Luis Flavio Gomes”. Diz a reportagem de
Rafael Neves e Rafael Moro:
A publicação atacava Mendes, Lewandowski e Toffoli
e afirmava que “comprovar-se-á que o diabo também pode vestir toga” se a
relatoria da Lava Jato caísse com um dos três. Dallagnol instruiu Fehrmann a
procurar o Vem Pra Rua para reproduzir a mensagem, mas pediu anonimato na
sugestão: “só não me citem como origem, para evitar melindrar STF”.
A
matéria descreve outras situações em que o procurador age por debaixo dos panos
e pede para seus interlocutores serem discretos. Ao dizer ao Mude quem gostaria
que assumisse a PGR, ele recomenda que atuem "sem mencionar minha
sugestão". Ao pedir para que uma procuradora apoie um abaixo-assinado a
favor da prisão em segunda instância, propõe: "Se Vc topar, vou te pedir
pra ser laranja em outra coisa que estou articulando kkkk".
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