O procurador Diogo Castor de Mattos
confessou ao corregedor-geral do Ministério Público Federal que pagou por um outdoor para promover a Lava Jato. A
peça, instalada em março ao lado do aeroporto de Curitiba, era ilegal. É
papel do corregedor abrir inquérito sobre desvios de conduta de membros do
MPF, mas Oswaldo Barbosa deu o caso por encerrado sem investigação formal
– e omitiu a confissão do Conselho Nacional do Ministério Público, o
CNMP, que também poderia punir o procurador.
Áudios do arquivo da Vaza Jato mostram que membros da força-tarefa
sabiam da confissão, e o episódio causou preocupação: nos bastidores, o
grupo atuou para esvaziar a apuração e a publicidade do caso. O lobby foi
bem-sucedido. Nenhum procedimento foi instaurado para apurar a conduta do
procurador, que se afastou da operação logo depois da confissão
apresentando um atestado médico.
Como a confissão de Castor de
Mattos foi abafada, o CNMP arquivou um pedido de
investigação alegando que não havia indícios da participação de membros do
MPF no aluguel do outdoor.
Os áudios dos arquivos da
série As mensagens secretas
da Lava Jato revelam
que os procuradores sabiam que Castor de Mattos havia confessado ao
corregedor ter custeado o outdoor. Em conversas reservadas no
Telegram, Dallagnol e outros procuradores da força-tarefa também
recomendaram “sigilo total” aos colegas, para o caso não ganhar repercussão
na imprensa.
No dia 07 de abril de 2019, em um
grupo que reúne quatro procuradores – Dallagnol, Orlando Martello,
Paulo Galvão e Julio Noronha – Martello classificou o ato de Castor de
Mattos como uma “traição”. Diz ele em um áudio: "Falo pra nós aqui,
tá? Ele traiu o grupo ao fazer uma coisa sem comunicar a todos."
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