FIOCRUZ
ANALISA OVO DE MOSQUITO AEDES AEGYPTI PARA SABER EFICÁCIA DE INSETICIDA
Técnicos estudam ovos do mosquito causador da dengue para avaliar efeito de inseticidas
Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)
estão analisando ovos do mosquito Aedes Aegypti dos primeiros municípios que
fizeram a coleta para o estudo que vai avaliar a eficácia dos inseticidas utilizados
no combate ao vetor.
As amostras serão colhidas até março próximo
em 145 municípios do país, incluindo as capitais. Ao todo, serão espalhadas
nessas localidades 20 mil armadilhas para coleta. A escolha das cidades levou
em conta o interesse do Ministério da Saúde em ter informações que representem
a situação em todo o Brasil.
“O ministério queria como se fosse uma
fotografia do Brasil em relação à resistência aos dois inseticidas que estão
sendo usados, que é o Malathion, para uso em mosquitos adultos, e o
Pyriproxyfen, para o controle de larvas. Essa distribuição foi meio geográfica
porque o ministério queria fazer uma cobertura do país”, disse à Agência Brasil
o chefe do Laboratório de Fisiologia e Controle de Artrópodes Vetores do
Instituto Oswaldo Cruz (IOC), José Bento Pereira Lima. Ele está à frente do
estudo.
Na fase de análises, a pesquisa conta com a
parceria do Laboratório de Entomologia Aplicada da Superintendência de Controle
de Endemias (Sucen), da Secretaria de Saúde de São Paulo. Segundo o
pesquisador, as primeiras avaliações são do material coletado nas cidades que
iniciaram o trabalho em agosto. Levando em conta as condições climáticas, os
municípios do Nordeste preferiram fazer a coleta dos vetores em março.
Tempo de
coleta pode variar
“Dependendo da região do país, o próprio
município decidiu o período de coleta que vai variar de agosto, que já foi
feita em alguns lugares, a março de 2018. A gente tem essa fase toda de coleta
porque o Nordeste prefere coletar em um período que tem mais densidade,
diferente do Norte, que é diferente do Sul. Em uma reunião com os estados e municípios,
eles decidiram o melhor período para fazer a coleta”, explicou.
José Bento informou, também, que o estudo
partiu de uma solicitação do Ministério da Saúde para observar se há
resistências aos inseticidas utilizados no combate ao mosquito. “O Ministério
tem essa preocupação hoje de se precaver disso, até para ver qual é o estado
dos inseticidas que estão sendo usados”, ponderou.
De acordo com o chefe do Laboratório do IOC,
a cada quatro anos o Ministério da Saúde realiza a troca dos tipos de
inseticidas para evitar a resistência do Aedes aegypti. A intenção é tornar mais
frequentes as análises de manutenção da eficácia dos produtos.
O pesquisador acrescentou que, no passado,
isso não era feito e foi detectado que várias populações do mosquito estavam
resistentes aos produtos que vinham sendo utilizados por períodos mais longos
de até 30 anos.
“Uma coisa que o ministério vem pensando é
fazer [pesquisa], não com esta proporção toda, mas em pelo menos pontos
estratégicos como as capitais e outras cidades, para se manter essa avaliação
continuamente. Isso é importante para saber em caso de troca do inseticida se
aquelas populações de mosquitos são sensíveis ao inseticida que vai usar e seja
eficiente”, destacou.
Conclusão do
estudo fica pronto até setembro
O relatório com as conclusões do estudo, que
tem cláusula de confidencialidade, só deve ficar pronto entre agosto e setembro
de 2018, quando será encaminhado ao Ministério da Saúde.
“De posse do resultado, ele tem suporte para
tomar decisões, se permanece com o inseticida ou se faz a troca”, disse,
afirmando ainda que os dados serão repassados para o ministério que vai
divulgar o resultado no momento oportuno, como ocorreu [esta semana] com o
Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti.
A metodologia empregada é a preconizada pela
Organização Mundial de Saúde (OMS). Os agentes de endemias que fazem a coleta
passaram por um treinamento que incluiu um vídeo produzido pelo IOC, com
explicações de como deve ser feita a instalação das armadilhas, o armazenamento
das amostras e envio do material para o laboratório.
“Fizemos também uma cartilha para este
treinamento. Isso foi enviado para todos os municípios. Remetemos também as
armadilhas e as palhetas, todo o material necessário para fazer a coleta”,
disse.
O pesquisador alertou que a principal medida
de controle do Aedes Aegypti é a eliminação dos criadouros em locais onde o
mosquito deposita os ovos. Os inseticidas são recomendados como estratégia
complementar, em situações específicas. José Bento completou que o uso
indiscriminado inviabiliza a eficácia do uso desses produtos.
Com Informações da Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Os comentários e opiniões aqui expressas, são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam propriamente a opinião do autor e dos colaboradores deste Blog.
O Blog BUÍQUE DA GENTE não possui fins lucrativos, não dependemos de nenhuma instituição.
Agradecemos por acessar!