INSS TENTA SUSPENDER DESAPOSENTAÇÃO
Advogado do CEPAASP comenta que o
entendimento do STJ reconhece o direito à nova aposentadoria
O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS)
pretende suspender todas as ações que tramitam na justiça requerendo a
desaposentação até que o STF decida sobre os critérios para solicitar a
desistência da aposentadoria antiga por uma nova e mais vantajosa. O processo
está paralisado devido a um pedido de vista da ministra Rosa Weber desde 2003.
A alegação do Governo é a medida pode provocar um rombo de aproximadamente R$
200 bi nos próximos 20 anos.
Através do Recurso Extraordinário 661.225,
solicitado pelo INSS, foi apresentado ao ministro Luís Roberto Barroso com base
no Novo Código de Processo Civil, que determina que o relator de processos no
Supremo pode decidir pela suspensão de todas as ações que correm na justiça
para julgamento dos recursos extraordinários.
O Órgão requer a paralisação de mais 180 mil
processos até que a Corte decida como será feita a solicitação de nova
aposentadoria, já que existem casos em que o inativo tem seu benefício
aumentado em 80% ou até dobrada a remuneração. Para o advogado do CEPAASP –
Centro Paulista de Apoio aos Aposentados e Servidores Públicos, Willi
Fernandes, o INSS pode pleitear que as ações sejam suspensas, até mesmo as de
1ª instância, até que o Supremo finalize o julgamento sobre o tema. “Mas isso
não impede que os aposentados que continuaram a contribuir após SUA
APOSENTADORIA a possibilidade de obter outra aposentadoria mias vantajosa,
através do Poder Judiciário. Aconselhamos aos aposentados que procurem uma
associação, sindicato ou um advogado de sua confiança para que todas as
informações sejam esclarecidas”, explica o jurista.
Para o dr. Willi Fernandes, o fato das ações
ficarem barradas em primeira instância, não significa que os aposentados não
possam lutar por seus direitos. Segundo o advogado, os requerentes deverão
aguardar, mesmo antes do julgamento em primeira instância, o final do
julgamento do Supremo Tribunal Federal. “Após uma análise positiva, o
beneficiário deverá apresentar todos os documentos que forem solicitados para
que seja requerido o pedido na via administrativa perante o INSS, para
posteriormente ser ingressada a ação competente”, comenta.
Atualmente 480 mil aposentados em todo o país
trabalham de carteira assinada e que cerca de 182 mil ações tramitam na justiça
sobre o tema. Desde 2003 a ação aguarda análise no plenário do STF, e já em
2014, ficou definido que os valores já recebidos pelos aposentados não
precisavam ser devolvidos. Apesar de existir um empate atualmente no julgamento
da desaposentação, se os demais ministros seguirem o voto favorável do ministro
Barroso, relator do processo, a desaposentação começará a valer em 180 dias,
prazo para que o Congresso aprove a lei disciplinar da questão.
“O STJ já tem posicionamento unânime sobre a
desaposentação, reconhecendo o direito de buscar-se a troca de aposentadoria
por outra mais vantajosa, e sem devolução dos valores já recebidos
anteriormente. E esse entendimento tem tido boa receptividade em nosso
Judiciário, pois o tema agora tem debates mais abertos por se tratar do direito
à segurança social do trabalhador que continuou a contribuir mesmo depois de
sua aposentadoria, pois precisou continuar trabalhando para garantir o sustento
de sua família”, finaliza Dr. Willi.
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