Lei Maria da
Penha registra 11 anos de atuação
Especialista
em Direito Penal comenta criação e evolução da Lei de proteção à mulher para
casos de violência doméstica e familiar
Em briga de
marido e mulher se põe a colher, sim! - Na última segunda-feira (7), a Lei Maria
da Penha completou 11 anos desde a sua criação, com o objetivo de proteção à
mulher. Criada pela Secretaria de Política para Mulheres, a norma buscou
aumentar o rigor das punições sobre crimes domésticos, violência física e
psicológica contra elas.
“A criação da Lei é bastante positiva à medida
que traz luz e uma atenção especial acerca de uma problemática que,
infelizmente, ainda é bastante comum, trazendo maior segurança e vigilância nos
casos de violência doméstica e familiar. Evidente que ainda são necessários
avanços e aprimoramentos, mas veio em boa hora e tem muitos méritos”, enfatiza
o advogado e professor de Direito Penal do Centro Preparatório Jurídico (CPJUR),
Rogério Cury.
Mais do que física, a violência abrange
abusos sexuais, psicológicos, morais e patrimoniais entre vítima e agressor –
que não precisa, necessariamente, ser cônjuge, bastando que tenha algum tipo de
relação afetiva. Segundo pesquisa do Datafolha realizada em março deste ano, a
cada hora, 503 mulheres são agredidas no país.
Ainda segundo o levantamento, uma a cada três
mulheres sofreram algum tipo de violência no último ano - e o agressor, em 61%
dos casos, é um conhecido. 19% das vezes eram companheiros atuais das vítimas
e, em 16%, ex-companheiros. Em 43% a agressão mais grave foi dentro de casa.
Considerada pela Organização das Nações
Unidas (ONU) uma das melhores legislações do mundo, a Lei Maria da Penha é
amplamente conhecida pelos brasileiros e traz diversos mecanismos de proteção à
mulher. No entanto, segundo Cury, ainda é preciso levar informação e
atendimento a várias regiões do país para que seja efetiva. “Importante lembrar
que o acolhimento da vítima não está ligado à opção sexual. Heterossexuais,
homossexuais e transexuais têm direito, em lei”, enfatiza o especialista.
Embora traga muitos mecanismos protetivos às
vitimas - culminando até mesmo em medidas cautelares de prisão contra o
agressor, a vergonha e o medo também limitam o número de denúncias. “Precisamos
de uma melhor estrutura de cumprimento para atender de maneira mais abrangente
e eficaz à mulher, de forma que ela se sinta mais segura em denunciar”.
De acordo com o advogado, é fundamental que
haja um forte trabalho de base na educação, pois só o Direito Penal não
reduzirá a delinquência. Apesar de favorável ao rigor da Lei, Cury acredita
que, especificamente em alguns casos, o diálogo extrajudicial é importante para
se tentar a reconciliação entre o suposto agressor e agredida, antes da via
judicial. Ressalta que, por vezes, é possível obter resultados satisfatórios,
sempre ponderando cada situação.
Feminicídio
X Femicídio
O especialista Rogério Cury esclarece que o
Feminicídio é um termo atual que qualifica o homicídio contra a mulher, em
razão do gênero da vítima, em violência doméstica e familiar, além de
menosprezo, ligado à condição de Gênero. Ele alerta para as diferenças com o
femicídio. “Essa definição de sexo feminino não é completamente adequada porque
se confunde o que é feminicídio e femicídio. O primeiro trata do crime tendo
como motivação o menosprezo, desrespeito à condição da mulher; já o segundo,
também aborda o crime contra a mulher, sem, no entanto, a conexão direta ao
fato de a vítima ser do sexo feminino”.
Denúncias:
As denúncias podem ser feitas pelo telefone
180 ou diretamente em uma Delegacia da Mulher.
Sobre O
CPJUR
Com foco no desenvolvimento de estudantes e
profissionais de todo o Brasil que buscam capacitação e aprimoramento de
conhecimentos na carreira jurídica publica ou privada, o Centro Preparatório
Jurídico (CPJUR) promove cursos para o Exame da OAB, Concursos Públicos e
Pós-graduação nas modalidades presencial, telepresencial e online. Com
investimentos na qualidade de seu corpo docente, formado pelos principais
juristas do Brasil; profissionais de atendimento com vasta e comprovada experiência
no segmento; salas de aula com padrão de excelência e moderna tecnologia de
transmissão, visa oferecer soluções inovadoras e adaptadas às necessidades de
mercado, com a personalização e atualização constante exigida pelo ramo do
Direito.
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