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quinta-feira, 15 de agosto de 2013

A MEDICAÇÃO

Nas enfermarias, apenas o material básico
Além de ter que gastar R$ 200 para ter acesso a uma consulta particular, a aposentada Astrogilda Leite Gomes, 65 anos, também precisa arcar com as despesas da injeção que precisa tomar de 21 em 21 dias. A rede municipal de Buíque, onde ela mora, não oferece o medicamento.

"Tenho febre reumática e problemas no coração. Todo mês preciso tomar uma injeção que nunca consigo encontrar no hospital. Nem as farmácias estão vendendo por aqui. Meu marido precisa comprar em Arcoverde", relata a aposentada. Casos como o dela são uma constante em unidades de saúde pública do interior do estado. Aliada à carência de médicos, a falta de medicamentos específicos para situações mais complicadas atormenta a população e deixa os profissionais de mãos atadas.

Na semana de viagens por alguns municípios do interior de Pernambuco, o Diario encontrou farmácias, salas de procedimentos, postos de enfermagem e salas de curativos "equipadas" apenas com o material básico. "Aqui na Casa de Saúde João Paulo II temos um ambulatório funcionando 24 horas, realizamos nebulizações, curativos e suturas. Porém, os casos mais graves precisam ser encaminhados para cidades maiores", alerta a diretora da unidade de saúde, Wilza Oliveira de Melo.

Entre os medicamentos disponíveis nos hospitais e postos de saúde, apenas remédios básicos aparecem nas prateleiras e estantes. "Minha menina está com febre faz três dias. Venho no hospital e as enfermeiras querem dar remédios a ela. Isso acontece porque muitas vezes não tem médico de plantão. Nunca vi enfermeira receitar paciente. Isso é um absurdo", denuncia a dona de casa Ana Maria dos Santos, 37, moradora do município de Gameleira, na Mata Sul de Pernambuco.

Questionados sobre a falta de medicamentos e materiais básicos para primeiro socorros, funcionários e diretores das unidade de saúde visitadas pela reportagem foram unânimes em dizer que esse tipo de material não costuma faltar. Entre os produtos mais encontrados estão seringas, algodão, soro, álcool, captopril, metformina, propanolol, água oxigenada e outros medicamentos para doenças menos graves.

"Às vezes ficamos de mãos atadas aqui no posto porque precisamos de alguns remédios que nunca temos à nossa disposição", revela um enfermeiro que trabalha em uma cidade do Agreste do estado.


FONTE: Diário de Pernambuco
POSTAGEM: Blog BUÍQUE DA GENTE
CONFIRA: http://hotsites.diariodepernambuco.com.br/vidaurbana/2013/feridas_abertas

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