Outubro rosa: câncer de
mama atinge mulheres cada vez mais jovens
Os seios são fontes de várias simbologias em diferentes culturas. Motivo
de inspiração e desejo, são também o órgão da amamentação, da feminilidade e do
prazer. A mama, contudo, adoece. O câncer é o mal que mais acomete essa
glândula — 28% do total de tumores —, sendo o tipo que mais provoca a morte de
mulheres no Brasil. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), a
estimativa é de 60 mil novos casos por ano em mulheres cada vez mais jovens.
Quanto mais cedo, porém, o diagnóstico, mais chances de cura. A entidade
informa que, quando descoberto no início, há 95% de probabilidade de
recuperação total.
O Ministério da Saúde registra um crescimento de 35% na realização de
exames, que passou de 3 milhões, em 2010, para 4,1 milhões em 2016. Até julho
deste ano, foram realizados um total de 2,1 milhões de testes.
Com o objetivo de chamar a atenção e divulgar histórias relacionadas a
luta contra o câncer de mama, surgiu, na década de 1990, no Estados Unidos, a
campanha Outubro rosa, hoje difundida em diversos países. No Brasil, a primeira
iniciativa partiu de um grupo de mulheres, em 2002, e foi marcada pela
iluminação rosa do Obelisco do Ibirapuera, em São Paulo — em 2 de outubro, na
comemoração dos 70 anos do encerramento da revolução, o monumento ficou
iluminado com a cor da campanha.
Anos mais tarde, entidades relacionadas ao câncer de mama iluminaram de
rosa monumentos e prédios em diversas cidades. Aos poucos, o Brasil foi ganhado
a simbólica cor em todas as capitais e o mês de outubro tornou-se símbolo da
luta pela prevenção e tratamento.
Prevenção
Além da mamografia, o Outubro rosa alerta para a
importância do autoexame. Segundo pesquisa do Inca, de 2016, 66,2% das
descobertas da doença ocorrem pelas próprias pacientes. O coordenador-geral de
Oncologia do Hospital Santa Lúcia, Fernando Maluf, ressalta a importância do
autoexame, mesmo em quem tem menos de 40 anos. “A incidência em mulheres novas
vem aumentando”, informa. “A mamografia anual para essas mulheres não é
necessária, exceto nos casos de histórico familiar.” Segundo Maluf, uma em cada
10 mulheres tem ou vai ter o tumor. “A incidência vem crescendo entre 5% e 10%
nos últimos 10 anos. A população está envelhecendo, e isso (a doença) está
muito relacionada à obesidade, ao sedentarismo. Os tumores femininos talvez
sejam os que mais têm apresentado crescimento”, adverte.
Os sinais do corpo
Apesar de o câncer ser uma doença, na maioria das vezes,
com desenvolvimento silencioso, algumas mulheres sentem mudanças no corpo. Os
sintomas incluem nódulo na mama, secreção com sangue pelo mamilo e alterações
na forma ou na textura do mamilo ou da mama. O tratamento depende da fase do
tumor. Pode incluir quimioterapia, radioterapia e cirurgia.
“Envolve, na maioria, cirurgia e radioterapia. Em 70% dos
casos, também são feitos tratamentos anti-hormonais”, explica o
coordenador-geral de Oncologia do Hospital Santa Lúcia, Fernando Maluf. Esses
procedimentos se tornam mais complicados conforme o estágio do tumor. “Quando
está avançando e é agressivo, ou quando a mulher não faz acompanhamento, a taxa
de cura cai para 50%, 40%.”
É consenso entre especialistas e mulheres curadas que a
doença não deve ser encarada como um bicho de sete cabeças. Em 19 de outubro, é
comemorado o Dia Internacional contra o Câncer de Mama, que, mais uma vez,
lembra a todas de cuidar da própria saúde.
“A incidência vem crescendo entre 5% e 10% nos
últimos 10 anos. A população está envelhecendo, e isso (a doença) está muito
relacionada à obesidade, ao sedentarismo”.
Fernando Maluf
- Médico Oncologista
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Fonte e resumo: Correio Braziliense
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