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terça-feira, 24 de setembro de 2013

SUPERAÇÃO - ORGULHO

Carlos, de 52 anos, venceu o analfabetismo

Pedreiro é um dos mais de 7 mil alunos que começam a estudar após os 15 anos com apoio de projetos educacionais

Carlos voltou a estudar com apoio da família e agora diz que tem uma vida melhor (foto: Weber Sian)

Uma força-tarefa, formada pelos governos municipal, estadual e federal, com o reforço da iniciativa privada, ajuda 7.100 alunos de Ribeirão Preto a desvendar os mistérios das palavras e dos números mesmo com uma idade já avançada. Eles fazem parte de alguns dos programas de alfabetização do município.
Um destes alunos é o pedreiro Carlos Antônio Correia, 52 anos, que há dois meses começou a frequentar o EJA (Educação de Jovens e Adultos) da escola municipal Dom Luiz do Amaral Mousinho.
A cada aula, Carlos se encanta ao aprender a ler e a escrever com mais facilidade. Ele é pernambucano e chegou a frequentar escola e até o antigo Mobral, na sua cidade natal, Buique, mas na época não dava importância ao estudo. “Quando a gente é novo só quer saber de namorar e mais nada. O interesse era pouco”, relembra.
Há quatro anos, Carlos chegou a Ribeirão e começou a ter necessidade de aprender mais. Ele sabia assinar o nome e conseguia ler algumas palavras, mas não era suficiente para ter uma vida boa na cidade. Casado pela segunda vez e com o apoio da nova esposa ele retomou os estudos.

“Gosto da escola porque é muito boa e minha mente, que era preguiçosa, agora está mais animada para leitura e escrever.”
A Secretaria Municipal de Educação oferece o EJA para quem tem mais de 15 anos. Em 2013, já foram atendidos 1.500 estudantes.
Para quem quer cursar os anos iniciais, de primeiro ao quinto ano, as matrículas podem ser feitas em qualquer período do ano. Do sexto ao nono ano, as inscrições são semestrais.
“O EJA dá oportunidade para os jovens e adultos se alfabetizarem e voltarem ao convívio escolar. É a classe que trabalha durante o dia e estuda à noite. O município realiza um trabalho interessante no sentido de ensinar a pensar e ter acesso ao conhecimento, portanto é significativo o trabalho nesta faixa etária e cada vez mais a gente abre as portas das escolas para que estas pessoas tenham acesso, inclusive a tecnologia”, diz Débora Vendramini, secretária de Educação.
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Educação a distância ou mesmo na obra
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Os alunos com mais de 15 anos que querem frequentar a alfabetização de adultos podem fazer os cursos a distância. A modalidade é oferecida pela Secretaria de Estado da Educação na escola Cecília Dutra Karan, em Ribeirão Preto que hoje está com 3.007 alunos.
“O ensino a distância é modular. O aluno faz as matérias e presta as provas até concluir a disciplina das séries. Ela conta com plantão diário de dúvidas”, diz Luiz Augusto Gomes, diretor técnico do Centro de Informações Educacionais da Diretoria de Ensino de Ribeirão Preto.
Já o ensino regular, o EJA, na modalidade presencial oferece 1.793 vagas e a frequência é diária.
“Procuramos atender todo mundo e o cadastramento pode ser feito em qualquer escola. Estamos em período de inscrição que vai até o dia 30 de setembro para o ensino fundamental”, diz o diretor.
São 15 escolas que oferecem o curso sempre no período noturno e para o cadastramento basta os documentos pessoais. “A maioria termina o ensino médio e a procura tem aumentado porque as empresas exigem o diploma escolar”.
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Iniciativa privada
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A iniciativa privada também tem incentivado a alfabetização de adultos. Um desses exemplos é a MRV Engenharia, líder nacional na construção de imóveis econômicos no país, que em parceria com o Sinduscon e Sesi oferece educação básica para os trabalhadores que não foram alfabetizados. O Sesi cede os professores para as aulas.
Segundo Maria Cecília Rocha, coordenadora da regional de Ribeirão do Sinduscon-SP, o  canteiro da MRV é o quinto a receber o programa em Ribeirão.
“Em média, se formaram 20 empregados por canteiro. A iniciativa começou há três anos e meio, por conta de uma demanda que nasceu nos canteiros. Com o avanço da tecnologia, novos equipamentos passaram a ser usados e os trabalhadores precisavam de conhecimento. Foi com esse objetivo que o programa nasceu e tem alcançado seus resultados.”
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MRV tem projeto de alfabetização de adultos
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Beatriz Junqueira, coordenadora de Segurança do Trabalho da MRV em Ribeirão Preto, diz que a primeira turma da construtora na cidade começou há uma semana e conta com a participação de funcionários de quatro obras, que têm aulas de terça, quarta e quinta-feira no canteiro do empreendimento Rosário do Sul.  “Uma van passa logo cedo nas outras três obras para levar os trabalhadores para a sala montada. A turma tem oito alunos que recebem conteúdos da 1ª a 4ª série”, diz ela.
Beatriz salienta que a  demanda pela educação durante as obras era grande e por isto a empresa resolveu buscar parcerias.
“Com o programa, os funcionários têm a oportunidade de melhorar sua qualificação, alguns aprendem a ler e escrever. Com isso, todo mundo sai ganhando, tanto os trabalhadores quanto empresários, que passam a ter funcionários mais qualificados”.

Fonte: Jornal 





Link:http://www.jornalacidade.com.br

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