Participe

Perfís Sociais

1. 3. 4. 5. 10. 14. 19. 24. 29. 30. 31.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

TRAGÉDIA

Novo deslizamento atinge cerca de 60 casas em Niterói (RJ) e mata dois, dizem bombeiros
Um novo deslizamento foi registrado no final da noite desta quarta-feira (7) em Niterói, a cidade mais atingida pelas chuvas registradas desde a última segunda-feira no Rio de Janeiro. Cerca de 60 casas foram atingidas com o desabamento no morro do Bumba, em Viçoso Jardim, de acordo com informações da assessoria de imprensa do Corpo de Bombeiros. Segundo o coronel Alves de Souza, que trabalha no local, dois corpos já foram retirados da área. Com isso chega a 81 o número de mortos no município.
Ainda não se sabe quantos moradores estavam no local, mas estima-se que pelo menos 60 pessoas estão sob os escombros. Segundo a rádio CBN, cerca de 25 pessoas foram resgatadas com vida. Muitas vítimas foram levadas para os hospitais Azevedo Lima e Mário Monteiro, segundo a Agência Brasil.  
Equipes de outras regiões foram acionadas para auxiliar nos trabalhos e a energia foi cortada para evitar incêndios na área. O prefeito de Niterói, Jorge Roberto da Silveira, mobilizou as equipes da Defesa Civil do município para auxiliar no salvamento de vítimas. Segundo a Secretaria de Saúde de Niterói, pelo menos 150 homens trabalham no local da nova tragédia.
Até o momento foram registradas 147 mortes no Estado. Do total, 81 mortes ocorreram em Niterói, 46 na cidade do Rio, 16 em São Gonçalo, uma em Nilópolis, uma na região de Paracambi, uma em Petrópolis e uma em Magé.

O município de Niterói teve diversas ruas alagadas ou interditadas por causa das chuvas. Encostas desabaram e fizeram vítimas em toda a cidade, inclusive, em áreas nobres, como o bairro de São Francisco. O prefeito Jorge Roberto da Silveira decretou luto oficial de sete dias, ontem (6), e organizou uma força-tarefa para ajudar a resgatar vítimas. Cerca de 300 bombeiros trabalham em resgates no município.
Silveira disse que precisará de pelo menos R$ 14 milhões para recuperar os prejuízos e retirar cerca de 320 famílias de áreas de risco.
Apesar da diminuição do volume de chuvas, o solo continua encharcado e os bombeiros trabalham em áreas de bastante instabilidade. "O trabalho tem que ser feito com muita cautela", disse um porta-voz do Corpo de Bombeiros.
 
Desabrigados
A Coordenação da Defesa Civil do Estado divulgou nesta quarta que o número de desabrigados nas cidades mais atingidas pelas chuvas dos últimos dias no Estado é 3.262, enquanto que o total de desalojados é 11.439. A prefeitura já interditou 180 imóveis em situação de risco.
Os dados são referentes às cidades de São Gonçalo (com 2.632 desabrigados e 9.026 desalojados), Araruama (170 desabrigados e 100 desalojados), Itaboraí (397 desabrigados e 1.182 desalojados), Duque de Caxias (300 desabrigados e 45 desalojados), Tanguá (46 desabrigados e 120 desalojados), Petrópolis (7 desabrigados e 20 desalojados), Maricá (10 desabrigados e 856 desalojados ), Iguaba Grande (15 desalojados), Rio Bonito (14 desalojados), Magé (34 desalojados) e Saquarema (72 desalojados). Rio de Janeiro, Niterói e Duque de Caxias divulgaram que contam, respectivamente, com 1.972, 2.732 e 300 pessoas em abrigos.

Tragédia já supera SC


O número de mortes decorrentes das chuvas que atingiram o Rio de Janeiro nos últimos dias superou os óbitos ocorridos na tragédia que abalou Santa Catarina em novembro de 2008. Enquanto em SC foram 135 mortos em 16 municípios, no Rio mais de 140 pessoas morreram em apenas sete cidades.

Para Júlio César Wasserman, geógrafo e professor do Departamento de Análise Geoambiental da Universidade Federal Fluminense (UFF), tanto no desastre catarinense, quanto no do Rio de Janeiro, o poder público falhou. “As pessoas que ocupam as áreas de risco têm alguma culpa, mas o povo faz as coisas sem muita consciência. Cabe principalmente ao poder público a tarefa de educar e preparar a população para impedir que as tragédias aconteçam”, diz.
De acordo com o geógrafo, o Rio tem particularidades que tornam a região ainda mais propícia para os desastres. “Só a capital tem sete milhões de habitantes, grande parte vivendo nas encostas. O solo no RJ é mais espesso e com rochas grandes, o que aumenta o risco e a proporção dos acidentes”, afirma.
Na avaliação de Wasserman, o descaso maior foi da prefeitura de Niterói, que realizou poucas ações para evitar a tragédia. “Niterói é uma cidade rica. O IPTU (Imposto Predial Territorial Urbano) é caríssimo, mas a prefeitura fez muito pouco, realizou apenas algumas obras em beira de estradas.”

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, afirmou que a chuva foi a maior já registrada na cidade. Em menos de 24 horas, foram 288 milímetros de precipitação (cada milímetro equivale a um litro de água por metro quadrado). Em 1966, choveu 245 milímetros em 24 horas --na ocasião, a chuva histórica destruiu a cidade.
"Foi o maior volume de chuvas relacionadas a enchentes já registrado em nossa cidade. Tivemos a chuva forte somada à maré alta e ressaca, o que agravou a situação. Para se ter uma ideia, o nível da lagoa Rodrigo de Freitas que normalmente é de 50 centímetros foi a 1,40 metro. É claro que ninguém nega que existam deficiências e problemas estruturais, mas não há galeria pluvial limpa que segure este volume de água", disse Paes.
Já o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), culpou a ocupação irregular de favelas pela tragédia.

*Com informações da Agência Brasil e da Agência Estado

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Os comentários e opiniões aqui expressas, são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam propriamente a opinião do autor e dos colaboradores deste Blog.

O Blog BUÍQUE DA GENTE não possui fins lucrativos, não dependemos de nenhuma instituição.

Agradecemos por acessar!